Aguarela de Hermann Hesse 

Hesse

O meu conhecimento de Hermann Hesse reduzia-se à leitura de belos romances e contos. Graças à minha amiga Brigitte de Zeithain (Servus Brigitte!), acedi à poesia e à maravilhosa pintura deste escritor. E foi-me possível escutar a voz deste grande artista e pensador que Corto Maltese tanto amava.

The Life of David Gale

O filme The Life of David Gale tinha tudo para ser um excelente filme, mas não é. Foi realizado por Alan Parker, um dos nome mais importantes do cinema britânico, e interpretado por Kevin Spacey (um dos melhores actores americanos da actualidade) e Kate Winslet (que tem feito, com êxito, interessantes filmes como Quills, Enigma e Iris). Por sua vez, o argumento é muito bem pensado, conseguindo dar um novo fôlego aos tradicionais filmes sobre a pena de morte nos Estados Unidos. Mas, falta-lhe algo... talvez, mais subtileza e beleza estética.
A reacção da crítica americana em relação a este filme é muito estranha. É tratado como se fosse um filme abjecto, com um argumento sem qualquer verosimilhança. Critica-se, ainda, o facto de ter perspectivado a questão da pena de morte no Texas. Como se fosse lá uma questão menor...já agora, G.W.Bush levava uma média de quinze minutos a decidir a execução de um condenado; segundo ele, sempre estudou com muita atenção todos os casos. O que será para ele pouca atenção?

Questões de Capas

A EMI é uma companhia discográfica com grande prestígio, derivado da qualidade das gravações e de contratar excelentes intérpretes. Mas, em termos de design as "capas" dos seus CDs deixam muito a desejar...a meu ver, deveriam aprender com a ECM. Com a ECM, até apetece comprar os CDs sem ser preciso ouvir nada...

Coup de Tonnerre

É com esta expressão bem sonora que a revista Classica (número de Outubro) classifica a edição de uma das últimas obras de Olivier Messiaen, Eclairs sur l'Au-delà, pela Filarmónica de Berlim sob a direcção de Sir Simon Rattle. Segundo a crítica, por mais que se procurem defeitos nesta gravação, eles não se encontram. Para coroar o êxtase místico que rodeia esta gravação, a revista entrevista o maestro que declara o seu amor profundo pela música francesa. Ele faz referência à importância que a obra de Messiaen tinha quando era adolescente. Leitores mais distraídos pensarão que tal interesse só poderia profetizar a sua genialidade como intérprete musical. Esquecemo-nos que Messiaen era um compositor muito popular durante os anos 60 e 70. Andávamos todos em êxtase com as suas músicas sobre pássaros e a Índia, interesse que não era alheio a proximidade entre Boulez (o discípulo bem amado) e Messiaen (o mestre).

Haensel und Gretel de Humperdinck

Recordações de Infância

A minha mãe adorava contar-me histórias e eu era um ouvinte bem atento! Como tinha uma mãe muito liberal, era-me autorizado ver filmes de terror à noite (ainda tenho pesadelos quando me recordo da série Baal na televisão portuguesa). Se ficasse com insónias, tomava uns calmantes e, assim, não perdia pitada... Mas o enredo mais sinistro que me foi narrado é aquele que todos nós conhecemos na infância: Hänsel e Gretel, o célebre conto dos irmãos Grimm. Só de pensar que os pedacinhos de pão (seriam já os saborosos croutons?) lançados estrategicamente no labirinto da floresta eram comidos pelos pássaros, deixava-me em pura ansiedade, pois apercebia-me que o mundo poderia conspirar involuntariamente contra a nossa segurança. E a perspectiva da casa da bruxa ser de chocolate, criava um paradoxo de pesada angústia.
Ora, no dia de hoje, em 1921, morria o compositor alemão Humperdinck, o autor da ópera Hänsel und Gretel, com libretto da sua irmã, Adelheit. Humperdinck foi amigo de Wagner e colaborou na produção do Parsifal em Bayreuth. Embora seja um músico pouco conhecido em Portugal, foi ele o inventor do Sprechgesang, misto de canto e de fala que Schoenberg irá utilizar nas suas obras. Conclusão: como é bom trabalhar em assuntos tão sérios como são os dramas líricos, ao mesmo tempo que se pisca os olhos à infância...

Wonderful Town

Para dançarmos todos juntos

Alguém já ouviu o "Conga" da composição de Leonard Bernstein, Wonderful Town, e interpretado por Sir Simon Rattle? É impossível ficar com os pés quietos...

Para cantarmos todos juntos

"Tonight, Tonight, won't be just any night.
Tonight there will be no morning star.
Tonight, Tonight, I'll see my love tonight.
And for us stars will stop where they are.
Today the minutes seem like hours,
The hours go so slowly,
And still the sky is light,
The moon burns bright,
And make this endless day,
endless night,
Tonight, Tonight."
Letra de Stephen Sondheim

West Side Story

No dia 26 de Setembro de 1957, estreou na Broadway a obra de Leonard Bernstein, West Side Story. Esta recriação da história de Romeu e Julieta nos subúrbios de Nova Iorque é, a meu ver, um dos dos acontecimentos culturais mais significativos da nossa época. Em termos musiciais, marca a fusão entre a música clássica, o jazz e a chamada "pop music". A partir deste momento duas linhas divergentes vão-se delinear na música erudita: por um lado, a tradição que é herdeira do serialismo; por outro, a música clássica americana que, desde Gershwin, cresce com o jazz. West Side Story, talvez mais do que os Beatles, marca o início do mundo dito pós-moderno marcado pela pop art. E quem é que consegue esquecer a canção Tonight?

Será que estamos todos perdidos? 

Lost in Translation

A opção de ver os filmes em DVDs dá-nos a sensação de estarmos "atrasados" um ano. Só agora vi o filme de Sofia Coppola e adorei. Sensibilidade, inteligência e humor são as suas qualidades óbvias. Criticado por ser sarcástico em relação à cultura japonesa, o filme revela, pelo contrário, uma grande ternura pelo povo japonês. Mas, como é evidente, o Japão é apenas aqui um pretexto.

O Azul de Rothko

Mark Rothko nasceu a 25 de Setembro de 1903 na Letónia. Bem gostaria de visitar a Capela Rothko em Houston, já agora, ouvindo a composição de Morton Feldman que lhe é dedicada. 

O Telescópio e o Dever

Após meses de hesitação olhando para a caixa do meu telescópio, lá arranjei coragem para vencer a minha ansiedade e iniciar a instalação do mesmo. Confesso que não estava lá muito optimista e a realidade não me desmentiu. Todas as peças têm que ser montadas... até as pernas do tripé têm que ser aparafusadas. Parece um daqueles puzzles com solução prometida para o dia de São Nunca à tarde. Tenho a sensação que a astronomia ao pé disto deve ser uma brincadeira de crianças. Claro que não vou desistir, pois nada há nada mais sublime - assim diz o filósofo de Kalininegrado...:-) - do que a lei moral do dever e o céu estrelado. E até existem uns imperativos que nem são categóricos: o "dito cujo" é bem bonito e eu tenho uma janela num sótão mesmo indicada para ver o céu estrelado de Caxias. Mas uma voz cínica no interior da minha consciência diz-me que deveria ter antes apostado num potente binóculo. Talvez não seja por acaso que os binóculos são cada vez mais utilizados na observação dos céus. Agora, só a voz do dever pode salvar este telescópio..."Muss es sein?" (Tem de ser?) pergunta Beethoven na pauta do último movimento do seu último quarteto. Até podemos cantarolar: Sol, Mi, Lá bemol (pausado). E Beethoven responde logo a seguir..."Es muss sein" (Tem de ser). Lá, Dó, Sol... Sol, Si bemol, Fá (pausado). Para já, ficamos pela música...

Fotografia de Steve McCurry, Afeganistão, Mesquita de Mazzar-i-Sharif 

Reputações

Não se pode dizer que o léxico nos cafés portugueses esteja empobrecido. Ainda hoje um criado me disse: "queria-lhe comunicar algo que lhe pode ser pejorativo...não temos sumo de morango, apenas de framboesa".

A minha guerra das estrelas

Hoje comprei a trilogia da Guerra das Estrelas. Como gosto de Wagner e de Tolkien, sempre me disseram que a minha alma estaria com Luke Skywalker e os seus amigos. Quando vi os filmes, há já bastantes anos, o entusiasmo não foi excessivo... mas, agora, com a idade, qualquer dia já me estou a ver a combater Darth Vader e a pedir a mão à Princesa Leia.

Com cada uma...

Hoje quando abri a porta da minha casa tinha um morcego a voar pela sala. Ainda não sei lá muito bem se já saiu por alguma janela... talvez o vá encontrar por cima da minha cabeça quando me for deitar. Convém precisar que não vivo no campo!

Os artistas do circo ambulante do conhecimento

O "crash" do sistema informático do Ministério da Educação é apenas um sintoma de uma crise global do ensino em Portugal. Será que existe outro país no mundo em que 40.000 docentes circulam, todos os anos, de Norte a Sul, em busca de um emprego precário, longe das suas famílias, e obrigados a gastarem grande parte do seu ordenado em alojamentos provisórios e transportes? Mas a procissão ainda está no adro... quem, no futuro, quererá ser físico, matemático, historiador, classicista, biólogo, zoólogo, filósofo, químico, antropólogo, sociólogo, linguista,...quando sabe que o melhor futuro que poderá ter é ser apenas um "artista de circo ambulante do conhecimento"? Num país que se queixa tanto de falta de produtividade - cuja causa é apenas a falta de habilitações e de conhecimentos dos seus trabalhadores - é esta a melhor forma de tratar os seus licenciados? Ainda recentemente uma antiga aluna minha, já licenciada, disse-me que conseguiu emprego...nos Emiratos Árabes Unidos numa companhia de aviação. Será este o destino de todos nós? Dubai, aí vamos nós...

Coimbra

Coimbra tem mais encanto na hora da despedida... bem, eu estou a chegar!

O Silencioso faz hoje anos

É verdade! O monge budista Jikan faz hoje setenta anos. Jikan significa o "silencioso". Mas quem é este monge que consagra no seu nome religioso a ideia de Silêncio? Podem não acreditar, mas o seu nome de família é Leonard Cohen!!! O grande cantor canadiano foi ordenado monge budista no ano de 1996 e promete lançar brevemente um novo CD, Dear Heather. As suas canções dispensam elogios: desde a composição extraordinária "Suzanne" (até me faz lágrimas quando a escuto mentalmente...) até "First We Take Manhattan", o seu som tem acompanhado diferentes gerações. Para lá de ser um dos cantores mais célebres do mundo, Leonardo Cohen "Jikan" é também um excelente poeta(Let us Compare Mythologies, Flowers for Hitler, Spice Box of Earth, Death of a Ladies' Man).

No deserto de Wadi Rum... a beleza em estado puro neste mar de areia ocre da Jordânia 

Fugiu e os seus navios deram a volta ao mundo

No dia 20 de Setembro de 1519, Fernão de Magalhães iniciou a viagem que o tornou para sempre famoso, a primeira viagem de circum-navegação em torno da Terra. Não se pode dizer que Fernão de Magalhães tenha sido bem tratado no reino lusitano. Despedido pelo rei D.Manuel I por causa do seu espírito independente, foi obrigado a protelar a sua célebre viagem durante cinco semanas com receio de represálias portuguesas. Mesmo quando conseguiu partir, sob a bandeira de Carlos V de Espanha, o rei português ordenou que ele fosse capturado. Conseguiu fugir e, assim, a sua viagem foi possível. Não chegou a saborear o êxito do empreendimento, pois, como é sabido, morreu nas Índias Orientais, mas os seus navios regressaram triunfalmente a Espanha. Hoje, Fernão de Magalhães é considerado um herói nacional! Por que razão a pátria lusa terá o triste hábito de ser tão madrasta com os seus filhos quando estes estão vivos?

Excelente Link

Obrigado à Clara do Texas que me enviou este excelente link: jornais e revistas de todo o mundo. Bem útil!

Recordando o Mahabharata de Peter Brook 

Peter Brook no "Estado de São Paulo"

Sobre a apresentação da peça Tierno Bokar no Brasil, o Estado São Paulo fez uma pequena síntese da vida e obra de Peter Brook que reproduzo:
"Filho de imigrantes russos, Peter Brook nasceu em Londres, em 1925. Formou-se em artes por Oxford e, aos 17 anos, dirigiu seu primeiro espetáculo, Dr. Fausto, de Marlowe. Em 45, faz a primeira montagem polêmica, de Romeu e Julieta, e, em 1962, assumiu a direção do Royal Shakespeare Theatre com a montagem de Rei Lear. Nas décadas de 50 e 60, afirmou-se como um dos grandes encenadores do século 20, tendo dirigido atores como Laurence Olivier, Vivian Leigh e John Gielgud. Montagens como Marat/Sade e O Interrogatório, de Peter Weiss, Rei Lear e Titus Andronicus, de Shakespeare, entre outras, bastariam para selar com brilho a carreira do diretor.
Mas uma guinada radical começou em 1968, quando o diretor Jean-Louis Barrault o convidou para dar um workshop em Paris com atores de vários países. "O encontro de diferentes culturas interessou-me profundamente", disse ao New York Times. Em 1970, Brook despediu-se do Royal Theatre com a famosa montagem circense de Sonho de Uma Noite de Verão e fundou em Paris o Centro Internacional de Pesquisa Teatral. Começou então uma pesquisa que levaria a Orghast, no qual tentava criar uma linguagem abstrata. Mas foi em 1974, já instalado no Théâtre du Bouffes du Nord, que criou as duas primeiras encenações de impacto, Timão de Atenas, de Shakespeare, e Os Iks, história sobre tribos de Uganda. Desde então, dramaturgos como Samuel Beckett e Alfred Jarry ocuparam em seu teatro o mesmo espaço dos africanos Can Themba (Le Costume), Birago Diop (O Osso) ou do poeta persa Farid Attar (A Conferência dos Pássaros). Jamais deixou de encenar Shakespeare, mas trouxe para o universo do bardo a simplicidade aprendida no Oriente: Hamlet tinha apenas tapetes como cenário. "Há muito perdi o interesse em ir ao teatro para admirar habilidades e técnicas de atores e diretores. O que conta é a qualidade da experiência."

Inveja com sabor português

A peça Tierno Bokar de Peter Brook também foi apresentada nas cidades brasileiras de São Paulo e Belo Horizonte. Será que os Percursos não a poderiam trazer a Portugal? ;-)

Segundo Tierno Bokar, existe não apenas uma verdade, mas três: a minha, a sua e a do mundo (que ninguém conhece). Na imagem, Peter Brook e uma cena de "Tierno Bokar" 

Tão limpo como um cristal, tão puro como uma oração

Estreou-se no passado mês de Julho, durante a trienal do Ruhr (numa antiga fábrica desta zona industrial da Alemanha), a última produção de Peter Brook, "Tierno Bokar". Baseia-se nas memórias do escritor africano Amadou Hampâté Bâ sobre um mestre sufi, cujo nome dá o título à peça e cuja vida "era tão limpa como um cristal, tão pura como uma oração". Mais do que uma meditação sobre a mística sufi, a obra de Brook (com a colaboração da escritora Marie-Hélène Estienne) é uma reflexão sobre os valores da tolerância num mundo crispado pela violência. Segundo Brook, - e nesta frase resume o seu sentido de encenação teatral -, "o teatro deve estar próximo de nós de forma que nos fale e simultaneamente deve ser inesperado de modo a alimentar a nossa imaginação". Esta obra de Brook, projectada em vídeo, foi já apresentada em Barcelona, em Lille e será apresentada em Paris durante o mês de Outubro (Teatro Bouffes du Nord).

Tim Pigott-Smith no papel de Merrick ("Jóia da Coroa") 

A Jóia da Coroa

Passaram vinte anos... calculo que em 1984 foi exibida na televisão portuguesa a série inglesa com o título deste "post". Estou a revê-la em DVD e o encanto não se desvaneceu. Nos anos 80, pensava ingenuamente que o mundo só poderia tornar-se melhor e que a televisão do futuro seria excelente. Sem dúvida que existem imensos canais de televisão, mas a única vantagem que o futuro trouxe foi o facto de se poder ligar um aparelho de DVD ao televisor... Como é estranho estar a rever agora a Jóia da Coroa, algo que me marcou tanto. Quase tenho a sensação de estar a ter um daqueles "flashbacks" mortais em que posso recapitular os passos entretanto dados. "Será que é difícil atravessar o rio" entre dois mundos? - pergunta uma das personagens. Difícil não é, o pior é que ficamos invisíveis, responde outra. Quando os dois mundos são o passado e o presente, o sentimento é similar.

"Der Untergang"...Estreou hoje na Alemanha! 

Arqueologias

Como nos lembra as Bolas de Berlim, Lauren Bacall faz hoje oitenta anos. Os leitores ávidos dos crimes neste blog, não a podem esquecer. Mas é triste o esquecimento a que ela é votada pela indústria cinematográfica. Há naturalmente excepções, como é naturalmente o caso de Lars von Trier no seu recente filme, bem inquietante, Dogville.
Bem dizia Agatha Christie sobre as idades da vida: os homens deveriam ser todos arqueólogos...:-) Aliás, a autora do Crime no Expresso do Oriente não se fez rogada e casou com um...

Destino cego

A música de Anton Webern não era propriamente popular no regime nacional-socialista que se implantou na Áustria com o Anschluss de 1938. As composições da segunda escola vienense eram rotuladas como sendo obras "bolcheviques", adjectivo que os nazis utilizavam amiúde quando não gostavam de algo. Para poder sobreviver, Webern deixou de compor e passou a trabalhar numa editora de textos musicais. Em 45, quando as condições de vida se tornaram insuportáveis em Viena, desloca-se para uma casa nas montanhas de Mittersill, perto de Salzburgo. Aí é morto acidentalmente por um soldado americano no dia 15 de Setembro desse ano.

Perséfone (1877) de Rosseti 

A Rama Dourada

Os mistérios de Elêusis iniciavam-se a 14 de Setembro ("Boedromion" no calendário ático). Sobre eles pouco se sabe, visto que a lei do silêncio era geral. Apenas se conhece o mito. Uma jovem raptada pela morte; uma mãe aflita, procurando-a em todos os caminhos; uma baga de romã que aprisiona a jovem à morte; uma solução de compromisso assente no retorno cíclico da jovem à vida e à morte. Para muitos, estes mistérios são apenas uma alegoria natural sobre os ciclos dos cereais; para outros, o segredo encontrava-se num fungo da cevada que produzia uma substância semelhante ao LSD. A meu ver, o segredo destes mistérios é simples e é devolvido a esse olhar que um dia se perdeu na extensão de um campo repleto de espigas de ouro e de vento.

Delacroix

Como é possível não gostar de Eugène Delacroix?

Robot e Lascaux

Graças ao cão de nome Robot, as pinturas de Lascaux foram descobertas no dia 12 de Setembro de 1940. Ainda nos princípios do século XX, o crítico de arte Clive Bell afirmava que as pinturas paleolíticas raramente tinham "forma significante", isto é, valor artístico. Como ele se enganava... 

Ideia Explosiva

No dia 12 de Setembro de 1933, o físico húngaro, Leó Szilárd, passeava-se em Londres no célebre bairro de Bloomsbury. A luz vermelha de um semáforo fê-lo parar... e enquanto esperava surgiu-lhe claramente a ideia de como produzir uma bomba atómica. Ainda dizem que os touros não suportam a cor vermelha! Coloque-se um sinal de interdição em frente de um humano e o mundo vai pelos ares.

O novo iMac G5 

Onde está o Computador?

Foi com esta pergunta que se iniciou, com alguma graça, a publicidade do novo computador da Apple, o iMac G5. Esta questão resume a nossa reacção mais espontânea quando procuramos, sem sucesso, a caixa ou mesmo o leitor de CDs/DVDs... O mundo dos computadores pessoais nunca mais será o mesmo! E nem é caro...se me quiser oferecer um, basta fazê-lo! O Expresso do Oriente agradece...

Bruno Ganz no papel de Hitler 

A Queda

Deve estrear-se bevemente na Alemanha um dos filmes mais interessantes sobre o regime nazi. O filme tem como título "Der Untergang" (A Queda) e foi realizado por Oliver Hirschbiegel. Baseia-se no livro emocionante de Traudl Junge, secretária de Hitler, que nos narra os úlimas dias do ditador nazi no seu bunker em Berlim. O aspecto mais controverso do filme será, sem dúvida, a apresentação de Hitler não tanto como um monstro, mas, sim, como um ditador com várias facetas bem humanas. Será que temos a "distância histórica" necessária para apreciar este filme? Pessoalmente, estou convencido que sim.

Será de outro Planeta?

Os eclipses e a condução são aquilo que ele sente mais falta...já agora, Spielberg pagou-lhe 200.000 euros pela história, desprovida aliás de acontecimentos dramáticos...;-) 

O Mundo dos seus Sonhos

Ainda não tive possibilidade de ir ver o último filme de Spielberg, mas ele baseia-se na história inacreditável do iraniano Merhan Nasseri. Em 1988, desembarcou no aeroporto Charles de Gaulle com o objectivo de chegar a Londres, mas como não tinha passaporte foi obrigado a ficar no terminal. Ainda hoje está lá!! Levanta-se às oito, arranja-se e passa os dias a escrever o diário. Questionado sobre eventual tédio, responde: "É o mundo dos meus sonhos. Não tenho preocupações. O tempo passa depressa..."

Poussin e a Arcádia 

Et in Arcadia ego

Tristeza infinita...as férias terminaram!