"A chaque effondrement des preuves le poète répond par une salve d'avenir."
René Char
sexta-feira, 31 de dezembro de 2004
O Jovem que foi raptado duas vezes
O tema mitológico das ninfas ocupa um lugar privilegiado no imaginário do século XIX. O pintor Waterhouse não é indiferente a ele...neste quadro, vemos o jovem Hilas a ser raptado pelas ninfas. Diga-se que Hilas, quando era criança, já tinha sido raptado por Héracles (ou Hércules) para ser seu amante. Na viagem dos Argonautas, Hilas é levado pelas ninfas quando foi buscar água. Criou-se em torno deste mito, na Antiguidade Clássica, um ritual religioso no qual o sacerdote grita três vezes o nome do jovem. Deixando de lado a mitologia e entrando na estética, pergunto-me se os quadros de Waterhouse não são muito "datados"... se a época vitoriana nos for indiferente, será que podemos gostar desta pintura? Por exemplo, o tema das ninfas que guardam o ouro do Reno no Anel de Wagner pode ser apreciado fora do contexto cultural em que a obra foi criada. Poder-se-á dizer o mesmo dos quadros de Waterhouse? Aqui no Expresso do Oriente ainda hoje ficamos encantados com a era vitoriana. Afinal, a Rainha Vitória era também Imperatriz da Índia sem nunca lá ter posto os pés...o gesto - ou a ausência dele - não lhe fica bem, mas a era vitoriana ficará para sempre com uma tonalidade oriental
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2004
A Verdade da Mentira
"A poética da liberdade humana está indissoluvelmente ligada à mentira, essa mentira que, ao assumir as suas formas mais nobres, que são a ficção, o poema e a utopia, nos permite viver. Escapar ao pragmatismo, é essa a possibilidade que nos oferece a mentira, cuja definição, segundo Swift, é poder dizer o que não é, to say what is not. A mentira está presente no evangelho, no salmo, na parábola, na obra de Dante ou no poema de Celan, mas também nessa publicidade que invade as nossas vidas, na propaganda política, na pornografia. A sua gama é tão ampla como o próprio dizer humano. Quando lemos o quarto livro de Gulliver, compreendemos que só os cavalos sagrados, utopia última e satírica, não podem mentir. Porque ser homem é dizer ao outro o que não é." George Steiner
quarta-feira, 29 de dezembro de 2004
Lâmia
Só recentemente, através dos poemas de Keats, conheci a história de Lâmia. Sempre tinha ouvido dizer que o "vampirismo" tinha uma origem clássica, mas nunca tinha confirmado esse facto. O mito fala-nos da vingança de Hera sobre a jovem Lâmia, rainha da Líbia, amante de Zeus. Hera não só matou os seus filhos, como a privou de poder algum dia fechar os olhos. Deste modo, Lâmia nunca poderia esquecer a visão terrível dos filhos mortos. Zeus, apiedando-se do seu sofrimento, permitiu-lhe que ela pudesse livremente remover e recolocar os olhos. Lâmia passou a invejar todas as mães felizes, roubando-lhes os filhos e alimentando-se deles. Para poder descansar, Lâmia, após colocar os seus olhos num balde, embriagava-se. A cultura helénica designava por Lâmias os espíritos femininos que se agarravam aos jovens e lhes sugavam o sangue. Como é evidente, o tema era ideal para a literatura gótica...
terça-feira, 28 de dezembro de 2004
Deus e o Mundo
"Wie die Welt ist, ist für das Höhere vollkommen gleichgültig. Gott offenbart sich nicht in der Welt." Wittgenstein, Tractatus 6.432 Numa tradução livre: "Como o mundo é, eis o que é completamente indiferente para o mais elevado. Deus não se revela no mundo."
Sabedoria Lusitana
Neste momento, os nossos pensamentos devem estar, em primeiro lugar, com as vítimas da catástrofe do sudeste asiático e na forma de acudir aqueles que necessitam urgentemente da nossa ajuda. Deveríamos, num segundo momento, pensar que esta tragédia poderia ter sido, em grande parte, minorada. Bastaria ter existido um sistema internacional de vigilância em relação a eventos sísmicos, semelhante àquele que os Estados Unidos já implementaram no seu território. As ondas deste tipo de maremoto são devastadoras, mas raramente ultrapassam os 6 metros. É uma força mortífera, mas que pode, em muitos casos, ser prevenida se o aviso chegar a tempo... Quando o vulcão (Cumbre Vieja) provocar o colapso da ilha La Palma das Canárias (não é a ilha Las Palmas), a mega-tsunami criada assumirá proporções de tal modo gigantescas que pouco poderá ser feito. Deve ser esta a "razão" que explica o interesse inglês, americano e brasileiro sobre este vulcão e o nosso "ruidoso" silêncio...
segunda-feira, 27 de dezembro de 2004
Van Gogh, "Duas Ratazanas"
domingo, 26 de dezembro de 2004
Song to the Siren
"On the floating, shipless, oceans
I did all my best to smile
'Til your singing eyes and fingers
Drew me loving to your isle
And you sang, "Sail to me, sail to me,
Let me enfold you,
Here I am, here I am
Waiting to hold you"
Did I dream you dreamed about me?
Were you hare when I was fox?
Now my foolish boat is leaning
Broken lovelorn on your rocks
For you sing, "Touch me not, touch me not,
come back tomorrow: O my heart,
O my heart shies from the sorrow"
I am puzzled as the newborn child
I am troubled at the tide:
Should I stand amid the breakers?
Should I lie with death my bride?
Hear me sing, "Swim to me, swim to me,
Let me enfold you,
Here I am, Here I am,
Waiting to hold you"
Tim Buckley/Larry Beckett
This Mortal Coil, It'll End in Tears
I did all my best to smile
'Til your singing eyes and fingers
Drew me loving to your isle
And you sang, "Sail to me, sail to me,
Let me enfold you,
Here I am, here I am
Waiting to hold you"
Did I dream you dreamed about me?
Were you hare when I was fox?
Now my foolish boat is leaning
Broken lovelorn on your rocks
For you sing, "Touch me not, touch me not,
come back tomorrow: O my heart,
O my heart shies from the sorrow"
I am puzzled as the newborn child
I am troubled at the tide:
Should I stand amid the breakers?
Should I lie with death my bride?
Hear me sing, "Swim to me, swim to me,
Let me enfold you,
Here I am, Here I am,
Waiting to hold you"
Tim Buckley/Larry Beckett
This Mortal Coil, It'll End in Tears
Good night, sweet ladies
Ofélia: "Good-night, ladies; good-night, sweet ladies; good-night, good-night." Hamlet IV, V
"HURRY UP PLEASE IT'S TIME
Goonight Bill. Goonight Lou. Goonight May. Goonight.
Ta ta. Goonight. Goonight.
Good night, ladies, good night, sweet ladies, good night, good night."
The Waste Land, II
"HURRY UP PLEASE IT'S TIME
Goonight Bill. Goonight Lou. Goonight May. Goonight.
Ta ta. Goonight. Goonight.
Good night, ladies, good night, sweet ladies, good night, good night."
The Waste Land, II
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The Waste Land
This Mortal Coil
“What dreams may come,
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause”.
Hamlet III, I
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause”.
Hamlet III, I
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Errata
"Shakespeare (...) cita uma frase lida na tradução que Wycliffe fez da Bíblia: mortal toil, ou seja, um fardo mortal. O tipógrafo leu as letras de um modo diferente, trocando o "t" por um "c". E a citação transformou-se em mortal coil, tornando-se uma das coisas mais misteriosas da poesia humana. Coil pode ser a espiral dos anéis de uma serpente, os elos de uma corrente que acorrenta alguém, ao mesmo tempo tudo e nada, um labirinto em movimento, e trata-se afinal do fruto de uma gralha." George Steiner
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Défice
"O brado do dinheiro e as suas exigências dominam as universidades, a arte, a produção teatral e literária. Tudo está na palavra "rentabilidade": isso é rentável? - ouvimos perguntar na rua, a cada esquina. A resposta é negativa. Nenhum pensamento, nenhuma poesia digna desse nome, uma vez que seja, foi rentável. Pelo contrário, sempre tendeu para um défice." George Steiner
sábado, 25 de dezembro de 2004
O Natal do Bhixma
quarta-feira, 22 de dezembro de 2004
Pierre Bonnard
Como salienta o óptimo blog bolas de berlim, Pierre Bonnard descobre novas cores com o advento da electricidade. Mentes mais pragmáticas em Newgrange, utilizam todos os dias um holofote para simular a "visitação" da Luz no Solstício de Inverno. A electricidade só é um problema quando nos tornamos (falo por mim) eléctrico-dependentes com o risco óbvio de "curto-circuito"...:-)
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terça-feira, 21 de dezembro de 2004
Hoje a luz iluminou Newgrange na Irlanda. O monumento histórico de Newgrange, a Norte de Dublin, mesmo junto ao célebre rio Boyne, é uma das construções mais enigmáticas da humanidade. Este monumento foi construído em 3200 a.C., muito antes das pirâmides do Egipto. O seu único propósito parece ser a de um enorme túmulo que recebe em momentos especiais do ano a luz fertilizadora do Sol
Solstício de Inverno
Hoje é a noite mais longa do ano neste hemisfério. Nos tempos idos, deveria assustar um pouco! Afinal, quem nos garante que o Sol retorna amanhã (desculpem este aberrante geocentrismo)? Mas talvez mais grave do que este "apocalypse tomorrow", é essa tristeza derivada do facto da electricidade ter cortado a nossa relação com os ritmos do mundo. Era tão diferente, para mim, quando durante vários meses do ano não tinha electricidade... Nas noites de Lua Nova, era mesmo o céu estrelado a perder de vista.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2004
"Lesende" (1994), Pintura a óleo de Gerhard Richter. A obra encontra-se no Museu de Arte Moderna de São Francisco
Steinbeck
John Steinbeck foi durante a minha juventude o meu escritor favorito, apenas rivalizando com Kafka. Calculo que não seja o único a pensar assim... Romances como As Vinhas da Ira, Ratos e Homens, Viagens com o Charley, A Pérola, O Inverno do nosso Descontentamento, A um Deus Desconhecido, Correspondente de Guerra, Os Jardins do Éden (espero não estar a enganar-me nos títulos, pois estou a citá-los de cor), são livros inesquecíveis. O seu grande objectivo na vida era escrever um ensaio de mitologia, com o título programado de O Cálice de Ouro. Não sei se foi bem sucedido nessa tarefa, tal o relevo que a sua escrita literária assumiu na literatura norte-americana enquanto retrato naturalista, por vezes simbólico, dos humilhados e ofendidos deste mundo. Os seus interesses pessoais eram múltiplos, desde a filosofia ao jazz, passando pelos animais e a biologia, sem esquecer, naturalmente, o mito. Numa palavra, tinha, a meu ver, muito bom gosto...
Morreu a 20 de Dezembro de 1968.
Morreu a 20 de Dezembro de 1968.
A Palavra Mortal
"O irreparável é a coisa dita. Poderemos imaginar que a contradição mereça a absolvição? Nem por um segundo. As coisas desenrolam-se como na Fedra de Racine, quando Teseu profere a sua maldição: "Se ao menos eu pudesse fazâ-la voltar à boca". Mas é tarde de mais, a palavra sai e mata, como na Antígona de Anouilh" George Steiner
domingo, 19 de dezembro de 2004
Goa
Sondar a natureza da "alma portuguesa" constitui um dos passatempos nacionais favoritos. A saudade é o predicado mais consensual. Gostaria de acrescentar um outro: o fascínio pelas belas praias de areia branca. Julgo que ainda ninguém fez esse estudo, mas apostaria que os principais locais dos descobrimentos portugueses têm uma relação muito forte com o nosso encanto pela conjugação do mar azul, da areia dourada e do Sol radiante. Um desses locais é naturalmente Goa. Já o poema épico Mahabharata faz referência a Goa, sob a designação de Goparashtra, isto é, terra de vaqueiros. No dia 19 de Dezembro de 1961, o exército da União Indiana invade aquele território sob administração portuguesa. Os meus progenitores iam ficando por lá, mas tiveram a sensatez de sair a tempo... A presença portuguesa em Goa é ainda muito forte: no amor às praias, no ritmo de caracol em que tudo o que se move (conseguindo mesmo contrastar - o que não é fácil -, com a forma indiana de ser), no gosto pelo futebol e no desconhecimento imperdoável das regras do cricket.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2004
Alegrias e Tristezas
Poderia recordar o dia de hoje como tendo sido fascinante.... nem todos os dias, sentimos o que hoje sentimos! Mas bastou acontecer igualmente um pequeno evento aborrecido, sem nenhuma importância real, para ficar triste e deprimido. Por que razão a nossa memória é tão selectiva e só recorda o que não vale a pena lembrar?
quarta-feira, 15 de dezembro de 2004
segunda-feira, 13 de dezembro de 2004
Relembrando Kandinsky
"O azul à medida que ganha profundidade, acalma e torna-se apaziguador. Quando desliza para o preto, tinge-se de uma tristeza que excede o humano, semelhante a certos estados graves que não têm nem podem ter fim. Quando atinge uma claridade, que também não lhe convém, torna-se longínquo e indiferente como o céu alto e claro. Quanto mais claro, menos sonoro, até se converter numa quietude silenciosa e branca: se quisermos representar musicalmente os diferentes azuis, poderemos dizer que o azul-claro se assemelha a uma flauta, o azul-escuro ao violoncelo e o ainda mais escuro evoca a sonoridade suave do contrabaixo. Na sua aparência mais solene, pode ser comparado aos sons mais graves do órgão."
Kandinsky, Do espiritual na arte
Kandinsky, Do espiritual na arte
sábado, 11 de dezembro de 2004
Now is not yet our winter of discontent...
Saiu agora em França (edições Michel Lafon) este excelente livro de um casal de fotógrafos (Julia e Roland Seitre) com imagens maravilhosas dos seus filhos com o mundo vivo que nos circunda. Para nos provar que o "inverno do nosso descontentamento" (Shakespeare, Richard III) ou a "terra desolada" (Eliot, Waste Land) ainda não se estabeleceu totalmente neste mundo...
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2004
Imortais
"Na abertura de um seminário, digo muitas vezes aos meus alunos que tenho uma boa nova a anunciar-lhes: - De facto somos todos imortais porque a Biblioteca do Congresso norte-americano colecciona todas as listas telefónicas do planeta. Acalmem-se, está tudo bem. Mas agora vamos ler Milton, Kleist ou Tchekov que não precisam, esses, de ter os nomes na lista para serem imortais. Se compreenderem essa diferença, vamos entender-nos muito bem" George Steiner
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2004
segunda-feira, 6 de dezembro de 2004
Silêncio
"When to the sessions of sweet silent thought
I summon up remembrance of things past,
I sigh the lack of many a thing I sought"
Shakespeare, Soneto XXX
I summon up remembrance of things past,
I sigh the lack of many a thing I sought"
Shakespeare, Soneto XXX
domingo, 5 de dezembro de 2004
Mistérios da Filosofia
Para mim, um dos maiores mistérios da história da filosofia analítica é o ódio que, nos nossos dias, muitos filósofos analíticos têm em relação aos seus principais pensadores. G.E. Moore, o autor dos Principia Ethica, considerado um dos "pais" da filosofia analítica, tem o seu nome no index porque defende uma ética não-naturalista; Wittgenstein, o filósofo mais importante da escola analítica, o autor do Tractatus Logico-philosophicus, está proscrito porque tinha intuições místicas, acreditava em Deus e fazia a distinção entre o que se poderia dizer e o que apenas se poderia mostrar (que ele achava o mais importante); Austin é nome esquecido visto que tinha a ideia original de pensar que as nossas frases não se esgotavam no seu valor descritivo; Thomas Nagel é objecto de desconfiança, pois parece estabelecer limites ao nosso conhecimento científico da mente; Hilary Putnam é olhado de lado porque abandonou a sua anterior posição funcionalista e considera o naturalismo um erro; Nelson Goodman porque se interessa por Estética, assunto pouco relevante...; Tom Regan porque rejeita a ética utilitarista e defende a ideia "estranha" de "sujeitos-de-uma-vida" (além do mais, gosta de Gandhi); Chalmers porque critica ferozmente as explicações reducionistas da mente...esta lista de grandes filósofos analíticos "marginalizados" poderia ser quase inesgotável. Há qualquer coisa estranha nesta história toda que me ultrapassa. Os freudianos talvez dissessem que "Freud explica": a morte do pai. Não me satisfaz, visto muitos deles são filhos, se é que não são "netos". Outros dir-me-ão que faz parte da filosofia analítica a discussão argumentativa e os filósofos em questão apresentaram "maus argumentos". A única conjectura plausível é que alguém se considera o "Deus" da Filosofia Analítica e, como tal, tudo o que belisque minimamente a atitude naturalista apenas pode ter "pensamentos poucos claros"...O que felizmente esta atitude dogmática não belisca é a importância fulcral de todos estes grandes filósofos analíticos no pensamento contemporâneo.
sábado, 4 de dezembro de 2004
A Vaca
Em pleno centro de Lagos (a algarvia...), perto do Mercado dos Escravos, encontra-se um excelente restaurante suíço chamado "A Vaca". Todo o restaurante é uma glorificação, não tanto indiana, mas suíça, da beleza e do encanto desse animal. Tem óptimas especialidades da gastronomia suíça, de todos os tipos, sem esquecer uma interessante escolha vegetariana. Para lá de ser um restaurante, funciona igualmente como bar. O ambiente é claramente germânico, não tanto alemão, mas, antes, com as subtilezas que a alma suíça não é capaz de disfarçar. O mais engraçado é a reacção lusitana (não me refiro à lacobrigence que ainda não conheço), quando se diz que se almoçou ou se jantou na "Vaca". O mal-estar é evidente, apenas disfarçado por alguns sorrisos irónicos e trocistas. Alguns mais afoitos, questionam mesmo a ideia de se ter escolhido esse nome para um restaurante. Nesses casos, interrogo-me interiormente se não prefeririam visitar antes a versão em nome bem germânico. Mas daquilo que não se pode falar, é melhor estar calado. "A Vaca" em Lagos, recomenda-se (então, agora, que está este tempo frio)!
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Infantil
Hoje quando estava a passear na Bulhosa, dei-me conta já tinha saído o DVD do último filme do Harry Potter (O Prisioneiro de Azkaban), realizado pelo mexicano Alfonso Cuarón (o mesmo de Y Tu Mamá Tambíen). Sem hesitar um segundo (apesar de gostar mais dos livros da Rowling), comprei esta última novidade no mercado português. Pergunta da empregada - sem se recordar que podem existir clientes suficientemente egoístas que fazem compras para si no Natal: "deseja um papel de embrulho infantil ou liso?" Infantil, foi a resposta automática.
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2004
Tigre
quarta-feira, 1 de dezembro de 2004
Será que vivemos no mesmo planeta?
Disseram-me que, na Universidade de Princeton, os estudantes pós-graduados têm um gabinete privado com acesso codificado (não vá o diabo torcê-las...)para poderem calmamente redigir a tese. Fiquei, também, a suspeitar que a Biblioteca da mesma Universidade facilita a consulta on-line e a impressão de qualquer artigo publicado em revistas científicas prestigiadas.
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