quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
sexta-feira, 9 de dezembro de 2005
Do Crepúsculo à "Waste Land"
Apenas esta imagem espantosa de Brunilde garantiria a Patrice Chéreau a entrada nos campos elísios da arte contemporânea (cf. a versão do centenário do Anel de Wagner).
Vendo-a, tive uma intuição, provavelmente disparatada ou, quanto muito, já muito tratada... não haverá uma relação entre esta "percepção do fim do mundo" (I saw the world's end ...) e a compreensão da «Waste Land» do Parsifal? Em termo simples, será que Wagner, ao matar o último dos heróis (Siegfried), apreendeu aquilo que, de formas diferentes, Spengler ou George Steiner anunciam (a crise da civilização ocidental)?
Parsifal, a criança-herói, o anti-herói, entrando no reino de Kundry
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terça-feira, 22 de novembro de 2005
Folding
Foi uma experiência sublime aquela que foi sentida pelos milhares de espectadores que assistiram à obra Folding da companhia de dança chinesa (Shen Wei. Dance Arts) no CCB. A música belíssima de John Tavener (Last Sleep of the Virgin), conjugada com o cântico budista tibetano Mahakala, foi coreografada por Shen Wei. Uma coreografia de outro mundo! A Sagração da Primavera de Stravinsky, apresentada na primeira parte, foi apenas - imagine-se...- um aperitivo. A China está realmente a mudar!
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sexta-feira, 18 de novembro de 2005
Turner/2
Esta história sobre Turner é contada pelo grande filósofo castelhano Eugenio Trías na obra "Lo Bello y lo Siniestro". No princípio do século XIX, em plena era romântica em Inglaterra, uma distinta senhora de meia-idade viajava numa carruagem pelos campos, estando sentado à sua frente um exótico cavalheiro. O tempo não estava famoso e subitamente ocorreu uma tempestade temível, com trovões e relâmpagos. Claro que reflexo natural da senhora foi fechar bem a janela, mas, para sua grande surpresa dela, o homem sentado à sua frente, pede desculpa, abre a janela e, com meio-corpo fora, deixa-se ficar estático durante uma hora observando a tempestade. Para aquela senhora, ele só poderia ser um louco. Ao fim dessa hora, o homem voltou a sentar-se e a senhora meio irritada, meio curiosa, perguntou-lhe a razão de tão estranho comportamento. E ele respondeu “vi coisas maravilhosas e que nunca foram vistas”.Como era muito curiosa, a senhora resolveu espreitar e ele disse-lhe para ela tentar manter os olhos muito abertos. Muitos anos mais tarde, ela foi uma exposição de um pintor célebre, mas polémico chamado Turner. A maioria das pessoas comentava com desdém as pinturas, dizendo que só um louco poderia pintar assim. Movida por curiosidade, aquela senhora pôs-se a contemplar um quadro dele e subitamente recordou-se daquela estranha viagem. E para grande surpresa do público, começou a gritar aos altos berros: “Eu vi tudo isto com os meus olhos”.
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sábado, 29 de outubro de 2005
A Parábola das Colheres
Gosto muito desta parábola. Faz-me lembrar alguns bons koans que li na vida. Se alguém conhecer a referência desta história, ficava-lhe grato.
A holy man was having a conversation with the Lord one day and said,
"Lord, I would like to know what Heaven and Hell are like."
The Lord led the holy man to two doors. He opened one of the doors and the holy man looked in.
In the middle of the room was a large round table. In the middle of
the table was a large pot of stew which smelled delicious and made the holy man's mouth water.
The people sitting around the table were thin and sickly. They
appeared to be famished. They were holding spoons with very long handles and each found it possible to reach into the pot of stew and take a spoonful,
but because the handle was longer than their arms, they could not get the spoons back into their mouths.
The holy man shuddered at the sight of their misery and suffering.
The Lord said, "You have seen Hell."
They went to the next room and opened the door. It was exactly the same
as the first one.
There was the large round table with the large pot of stew which made the holy man's mouth water.
The people were equipped with the same long-handled spoons, but here
the people were well nourished and plump, laughing and talking. The holy man said, "I don't understand."
It is simple" said the Lord, "it requires but one skill. You see, they have learned to feed each other."
A holy man was having a conversation with the Lord one day and said,
"Lord, I would like to know what Heaven and Hell are like."
The Lord led the holy man to two doors. He opened one of the doors and the holy man looked in.
In the middle of the room was a large round table. In the middle of
the table was a large pot of stew which smelled delicious and made the holy man's mouth water.
The people sitting around the table were thin and sickly. They
appeared to be famished. They were holding spoons with very long handles and each found it possible to reach into the pot of stew and take a spoonful,
but because the handle was longer than their arms, they could not get the spoons back into their mouths.
The holy man shuddered at the sight of their misery and suffering.
The Lord said, "You have seen Hell."
They went to the next room and opened the door. It was exactly the same
as the first one.
There was the large round table with the large pot of stew which made the holy man's mouth water.
The people were equipped with the same long-handled spoons, but here
the people were well nourished and plump, laughing and talking. The holy man said, "I don't understand."
It is simple" said the Lord, "it requires but one skill. You see, they have learned to feed each other."
sábado, 22 de outubro de 2005
O Segredo dos Punhais Voadores
O "Segredo dos Punhais Voadores" é um bom filme. Se gostou do "Tigre e do Dragão", assim como do "Herói", não deve perder este filme. A cinematografia chinesa é excelente e um dos aspectos mais interessantes deste filme é fazer-nos sentir o prazer do cinema. Para mim, este filme tem um sabor especial: mostra que as teses de Rougemont sobre o Amor e o Ocidente são bem frágeis, por mais sugestivo e provocador que o seu livro tenha sido para a minha geração. A música do filme não é de Tan Dun (como nos dois filmes anteriores), mas é excelente.
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
domingo, 9 de outubro de 2005
Miragem
Quando estava a ver esta bela fotografia sobre a tundra, surgiu-me uma dúvida: será que ela foi tirada junto ao Nilo? Olhando com atenção é possível surpreender uma pirâmide do lado esquerdo. Ou então, hipótese tão mirabolante como a primeira, alguém decidiu construir uma pirâmide em pleno Ártico. Afinal existe uma em Las Vegas... mas talvez seja apenas a miragem de alguém que já está há muito tempo em frente de um monitor.
terça-feira, 4 de outubro de 2005
domingo, 2 de outubro de 2005
Mão Aberta
Esta maravilhosa escultura, feita de mica, constitui um dos muitos legados da cultura Hopewell à humanidade. Esta cultura desenvolveu-se no actual estado de Ohio, junto aos grandes lagos, entre 200 bC e 300 dC. Em termos de influência será posteriormente substituída pela chamada "civilização do Mississippi (Grande Rio), a civlização de Cahokia. A cultura ameríndia do continente norte-americano é simultaneamente uma das mais e menos conhecidas do mundo. É uma das mais conhecidas graças ao cinema e, em particular, aos westerns; é um das menos conhecidas porque a nossa imagem dela se resume a índios ou peles-vermelhas vivendo em tendas e escalpelizando todos os brancos encontrados pelo caminho.
terça-feira, 27 de setembro de 2005
A Intérprete
"A Intérprete" é um bom filme. Nicole Kidman está no seu melhor e Sidney Pollack é um realizador bem inteligente. Trata-se de um thriller político, mas em que o político é tão importante como o thriller (o que não é usual). Toda a narrativa assenta num costume tradicional africano. Numa tribo, quando é apanhado um assassino, este último é preso e lançado num rio. A família da vítima fica com a seguinte opção: ou deixa morrer o criminoso ou salva-o. É enaltecida a segunda opção, pois a primeira faz com que o luto permaneça para sempre. É uma história interessante que dá alma a um filme para ver. Por qualquer razão estranha - que ainda não percebi - o filme faz-me lembrar o Pelican Brief de Alan Pakula.
sábado, 24 de setembro de 2005
Tocando o Vazio
Touching the Void é um filme excepcional. É impossível continuar a ser a mesma pessoa depois de se ter visto este filme até pela simples razão de que ele ficará para sempre gravado na nossa retina. Realizado por Kevin MacDonald em 2003, trata da história verídica de dois alpinistas (Joe Simpson e Simon Yates) que, em 1985, tentaram escalar os 6400 metros de Siula Grande nos Andes (Peru). Quando começamos a ver o filme, tudo indica que estamos a ver um simples documentário. Mas essa impressão rapidamente se dissolve... O filme foi galardoado como o melhor filme britânico do ano pela BAFTA. Touching the Void foi traduzido em português por Uma História de Sobrevivência. A música do filme baseia-se no Spiegel im Spiegel de Arvo Pärt e o enredo no célebre romance autobiográfico de Joe Simpson.
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quarta-feira, 21 de setembro de 2005
Mozart no Egipto
Por qualquer razão estranha a música de Mozart cruza bem com a música tradicional egípcia. É sabido o interesse que Mozart tinha pela cultura oriental (que, na altura, se cingia ao mundo árabe), bem patente por exemplo no Rapto do Serralho. Mas, tal facto, não explica a estrnha harmonia de sons. Este CD já não tem a frescura, o divertimento e a inocência do primeiro (Mozart in Egypt), mas não deixa de ser uma obra a ouvir com atenção. Mais um projecto de Hughes de Courson.
sexta-feira, 16 de setembro de 2005
A Sagração de Angelin Preljocaj
Angelin Preljocaj é um coreógrafo francês de origem albanesa. Dele se deve uma das últimas coreografias da Sagração da Primavera de Stravinsky. O resultado global é fabuloso, mas alguns pormenores são de gosto muito duvidoso. A título de exemplo, as dançarinas tiram lentamente as calcinhas ao sabor dos primeiros acordes do Sacre. É um facto que Stravinsky e Nijinsky escandalizaram meio mundo com a apresentação deste ballet. Mas o choque era essencialmente artístico... neste caso, choca-se a audiência com elementos que, a meu ver, são extrínsecos à arte. Nesta questão, reconheço, joga-se muito do debate actual sobre a natureza da obra de arte.
Angelin Preljocac já esteve em Portugal para apresentar as Noces, também de Stravinsky. A imagem que publicamos reproduz uma cena dessa coreografia.
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segunda-feira, 12 de setembro de 2005
A Sagração de Maurice Béjart
Hoje consegui finalmente obter em vídeo uma versão *integral* da Sagração da Primavera (Sacre du Printemps/Rite of Spring) de Stravinsky. E para cúmulo da minha felicidade, trata-se da célebre coreografia de 1970 de Maurice Béjart.
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domingo, 11 de setembro de 2005
Vegetariana 2005
sábado, 10 de setembro de 2005
A Queda
Vi ontem finalmente o filme "A Queda" (der Untergang) sobre os últimos dias de Hitler no seu bunker. Excelente filme! A tese de que este filme reabilita a imagem do ditador alemão parece-me, no mínimo, um pouco enigmática... Hitler é-nos retratado como alguém que perdeu a noção da realidade, um puro lunático sem qualquer compaixão pelo sofrimento dos outros. Curiosamente, fez-me lembrar a Rainha de Copas da Alice, sempre pronta para executar todos aqueles que desobedecessem às suas ordens. É evidente que Hitler tinha um ou outro lado mais humano - que se manifesta, por exemplo, na sua relação com a Blondie ou na delicadeza com que tratava as suas secretárias -, mas tal facto não oblitera a impressão de uma personalidade histérica capaz da maior desapiedade.
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quinta-feira, 8 de setembro de 2005
Os Cinco e a "Ilha" Kirrin
Quem nunca sonhou na infância visitar a ilha Kirrin? Agora dou-lhe essa "possibilidade" com esta imagem do castelo de Corfe Castle. Enid Blyton passava férias nesta zona e cedo se encantou por este castelo medieval. Corfe Castle - castelo e vila - fica situado numa das zonas mais belas de Inglaterra, o Dorset.
quarta-feira, 7 de setembro de 2005
Et in Arcadia ego
terça-feira, 9 de agosto de 2005
O Mito de Perseu (9)
A última das pinturas de Burne-Jones sobre o mito de Perseu. Nela é representado o momento em que o herói mata a Medusa. Este ciclo de pinturas pode ser contemplado "ao vivo" na Staatsgalerie de Estugarda (Stuttgart) na Alemanha.
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segunda-feira, 8 de agosto de 2005
Sarabanda
Com quase noventa anos, Bergman realizou um dos seus melhores filmes. Sobre esta obra-prima cinematográfica, cito a opinião do crítico americano Roger Ebert: "It is about the way people persist in creating misery by placing the demands of their egos above the need for happiness - their own happiness, and that of those around them."
domingo, 7 de agosto de 2005
O Mito de Perseu (8)
O Mito de Perseu (7)
Burne-Jones e o primeiro quadro do ciclo de Perseu, ciclo esse baseado em poemas de William Morris. Nesta pintura, Pallas Atenas aproxima-se de Perseu e revela-se como deusa através da sua armadura. Não só lhe ensina o caminho para matar a Medusa, como lhe empresta o seu escudo através do qual o jovem Perseu poderá ver o monstro sem o olhar directamente nos olhos mortais. Medusa («rainha») tinha sido uma bela jovem que se deixou seduzir (alguns dirão, violentar) por Posídon no templo da deusa Palas Atena. Esta última, furiosa, em vez de castigar o deus dos mares, pune, antes, a jovem, transformando-a num ser temível.
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sábado, 6 de agosto de 2005
sexta-feira, 5 de agosto de 2005
Amalfi
John Ruskin é sobretudo conhecido como filósofo e crítico de arte oitocentista. Ele está indissoluvelmente à defesa artística de Turner e dos pré-rafaelitas (Rossetti, Burne-Jones, Millais). Menos conhecida é a sua faceta de artista... aqui encontramos uma aguarela sua que representa a cidade marítima italiana de Amalfi.
quinta-feira, 4 de agosto de 2005
O Mito de Perseu (6)
Burne-Jones e uma nova versão da pintura em que retrata as ofertas das ninfas do norte a Perseu (elmo da invisibilidade, sapatos alados e alforge mágico). Parece-me evidente que este mito aborda a questão do tempo, representado pela diferença entre as ninfas e as greias. Se assim for, Medusa e suas irmãs simbolizam a morte.
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quarta-feira, 3 de agosto de 2005
Realidades diferentes
Excelente este anúncio de uma companhia francesa de electricidade (edf). Obrigado à J.
O Mito de Perseu (5)
Andrómeda e Perseu contemplam num reflexo a imagem de Medusa. Mesmo a sua cabeça cortada continuava a paralisar quem a olhasse.
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O Anel do Nibelungo
Finalmente consegui em DVD a versão de Kupfer do Rheingold de Wagner. Nesta versão, a cantora lírica portuguesa, Elisabete Matos, interpreta a bela Freia, desejada pelos Gigantes e amada pelos Deuses.
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MMM
"Manech aime (éme) Mathilde", "Mathilde aime (éme) Manech: MMM. Já tinha feito referência a esta obra-prima (Un Long Dimanche de Fiançailles, 2004) de Jeunet. Excelente filme, com uma qualidade fotográfica inesquecível.
terça-feira, 2 de agosto de 2005
O Mito de Perseu (4)
Após ter representado as velhas Greias como jovens, Burne-Jones pinta agora o medo da Medusa e das suas irmãs ao sentirem a aproximação de Perseu. A Medusa, nesta visão, deixou de ser apenas o monstro temível que petrifica as suas vítimas com o olhar, para se tornar numa jovem acossada. Perseu guia-se pelo reflexo delas no escudo oferecido por Atena, pronto para cortar a cabeça da górgone com a espada de Hermes.
segunda-feira, 1 de agosto de 2005
O Mito de Perseu (3)
Perseu confronta-se com as Greias ainda antes de receber as armas das ninfas do norte. As Greias são três irmãs que apenas possuem um olho e um dente; rotativamente, cada uma delas fica de guarda com o olho enquanto as outras duas dormem. Deduzo que para comerem utilizam o mesmo estratagema, agora com o dente. Elas são irmãs das temíveis três górgonas, entre as quais sobressai a Medusa. Três greias, três ninfas e três górgonas. Não me recordo de nenhum estudo de Dumézil sobre a questão, mas certamente deveria adorar este mito trifuncional. Quadro de Burne Jones, datado de 1892.
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domingo, 31 de julho de 2005
sábado, 30 de julho de 2005
O Mito de Perseu
Burne Jones e as armas contra a Medusa. Das ninfas do norte, Perseu recebeu um elmo da invisibilidade, umas sandálias aladas e um alforge.
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sexta-feira, 29 de julho de 2005
quinta-feira, 28 de julho de 2005
quarta-feira, 27 de julho de 2005
Ideia Errante
A lenda do ser errante, como é o caso do holandês amaldiçoado, pode ter raízes míticas mais fundas. Lembrei-me que, na grande epopeia indiana Mahabharata, o filho de Drona, Ashvatthaman, é amaldiçoado por Krishna. Com efeito, Ashvathaman lança a sua temível arma sobre os ventres das mulheres dos poucos Pandavas que sobreviveram ao seu massacre, com o objectivo de que elas nunca mais tenham filhos. Para evitar o fim dinástico dos Pandavas, Krishna promete ressuscitar o feto que a nora de Arjuna, Uttara, traz no ventre e que terá o nome de Parikshit. Ora, pelo seu acto, Ashvattaman é condenado por Krishna a vaguear sozinho e errante até ao fim dos tempos. Aqui não existe Senta nem o seu amor redentor do Navio Fantasma de Wagner, mas o mito é, no essencial, o mesmo. A fotografia é a do personagem Ashvatthaman na recriação teatral do Mahabharata por Peter Brook (agora em DVD, na zona 2).
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O Holandês Errante
Hoje, em Bayreuth, é dia do "Navio Fantasma" ou, se se preferir, do "Holandês errante". Wagner baseia-se numa lenda de marinheiros que remonta provavelmente a 1641, quando o capitão holandês Van der Decken naufragou no Cabo da Boa Esperança. Ao que parece, o capitão, temendo naufragar, amaldiçoou-se dizendo que navegaria até aos fim dos tempos. O mais curioso é que o Navio Fantasma é ciclicamente avistado. São famosos os avistamentos deste holandês errante pelo rei Jorge V de Inglaterra e por um submarino alemão na segunda guerra mundial. Em termos arquetípicos, esta lenda cruza-se com outras similares, como é o caso do "judeu errante". Errante era vida de Wagner quando compôs esta obra, fugindo aos credores...:-) quase todas as pessoas que viram esta ópera romântica sabem trautear um pouco da sua música.
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terça-feira, 26 de julho de 2005
Parsifal
Enquanto aguardamos pelos acordes do Parsifal em Bayreuth (29 de Julho), com a polémica encenação de Schlingensief, relembro que saiu um cd de música de Wagner com temas escolhidos por este enfant terrible do teatro alemão. Fui logo ouvir o tema seleccionado do Parsifal, "Mein erstes Amt" (Acto III) e a escolha não poderia ser mais sublime! Wagner no seu melhor.
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Mais imagens de Bayreuth
O blog Wagner Operas apresenta mais imagens do Tristão e Isolda, na interpretação do suíço Christoph Marthaler. Mais uma vez se vê a sombra do Anel de 76 sobre as novas produções wagnerianas. Mas enquanto a versão de Patrice Chéreau era brilhante em termos estéticos, sabendo combinar genialmente o sublime e o neoclassicismo, as "cópias" são exactamente aquilo que são: cópias.
segunda-feira, 25 de julho de 2005
Em Correio Expresso...
O Expresso do Oriente é rápido... aqui está a primeira imagem do Tristão e Isolda 2005, na encenação de Cristoph Marthaler. Como ouvinte atento, esteve lá o nosso Presidente, Jorge Sampaio. Ainda não confirmei a presença de Durão Barroso (ir à estreia de Bayreuth foi um dos seus primeiros actos como Presidente da Comissão Europeia, a convite de Stoiber, o governador do Estado da Baviera).
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Tristão e Isolda
Bayreuth, 25 de Julho de 2005
Terminou há poucos minutos o Tristão e Isolda de 2005. Como não temos imagens, o Expresso do Oriente, para celebrar o início do festival de Bayreuth, reproduz uma imagem da versão de Wieland Wagner (1962), o neto, já falecido, do compositor. Amanhã teremos novamente o Parsifal de Schlingensief.
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