domingo, 29 de maio de 2005
Mentes e Crianças
"Algumas vezes as crianças são capazes de ver com claridade coisas que realmente se tornam obscuras mais tarde na vida. Esquecemo-nos frequentemente da sensação de admiração que sentimos enquanto crianças quando as preocupações das actividades do "mundo real" ainda mal começaram. Elas não têm medo de colocar questões fundamentais que nós, adultos, já não ousamos perguntar. O que acontece à nossa consciência quando morremos? Onde estava antes de ter nascido? Podemo-nos tornar, ou já o fomos, outra pessoa? Porque é que somos capazes de ter percepções? Porque é que existimos? Porque é que existe um universo no qual podemos existir? São enigmas que surgem com o despertar da consciência em qualquer um de nós (...).Lembro-me de ter sido perturbado por muitos destes enigmas, enquanto criança. Talvez a minha consciência possa ser subitamente trocada com a de uma outra pessoa. Como é que eu poderia saber se isto não sucedeu já — supondo que cada pessoa só «transporta» as memórias que a ela dizem respeito? (...) Talvez só o instante presente «exista» para mim. Talvez o «eu» de amanhã, ou o de ontem, seja uma pessoa diferente, dotada de uma consciência independente da minha."
Roger Penrose, A Mente Virtual (The Emperor's New Mind)
Roger Penrose, A Mente Virtual (The Emperor's New Mind)
sábado, 28 de maio de 2005
Turing
Alan Turing foi um dos maiores matemáticos ingleses de sempre. Quem não conhece o célebre teste de Turing sobre a consciência? Alan Turing teve um papel decisivo na segunda guerra, ao liderar o grupo que decifrou a máquina de codificação alemã, "Enigma". No final da guerra, este lógico desenhou vários computadores e é considerado por muitos como o pai da "teoria da informação" e dos actuais computadores. Alan Turing era homossexual e foi, por issso, acusado de perversidade, sendo condenado a um tratamento hormonal. Directa ou indirectamente (hipótese plausível: suicídio) morreu por causa desta "cura". No dia 28 de Maio de 1936, Turing publicou um dos seus ensaios mais célebres "On Computable Numbers, with an Application to the Entscheidungsproblem (problema de decisão)", discutindo um dos sonhos mais caros a Leibniz, a saber, um algoritmo que determinasse os valores de verdade dos enunciados aritméticos.
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quinta-feira, 26 de maio de 2005
I have spread my dreams under your feet
Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my
dreams.
W.B. Yeats, He Wishes For the Cloths of Heaven
"Se tivesse eu os panos bordados dos céus,
Entremeados com luz dourada e de prata,
O azul e os panos esbatidos e escuros
Da noite e da luz e da meia luz,
Espalharia os panos debaixo dos teus pés:
Mas eu, sendo pobre, tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
Caminha com cuidado porque caminhas sobre os meus sonhos."
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my
dreams.
W.B. Yeats, He Wishes For the Cloths of Heaven
"Se tivesse eu os panos bordados dos céus,
Entremeados com luz dourada e de prata,
O azul e os panos esbatidos e escuros
Da noite e da luz e da meia luz,
Espalharia os panos debaixo dos teus pés:
Mas eu, sendo pobre, tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
Caminha com cuidado porque caminhas sobre os meus sonhos."
domingo, 22 de maio de 2005
Ouroboros
Ouroboros (a serpente ou dragão que devora a sua cauda) é um dos símbolos mais antigos e perenes da humanidade. Encontramo-lo tanto no Egipto antigo como na mitologia nórdica. O "Anel" de Wagner não é estranho a esta imagem arquetípica. O Cristianismo adoptou-o para simbolizar «os limites do mundo». É igualmente um dos símbolos preferidos da física contemporânea para representar o universo.
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Metafísica e Mitologia
Vesak
Hoje é um dia especial para os budistas, ao comemorar-se o Vesak, o dia em que simbolicamente se celebra o nascimento, a iluminação e a morte de Siddhata Gotama, o Buda. É um dia de alegria como o Natal, mas, também, um dia em que se medita sobre a morte. Em termos rituais, o que se solicita aos crentes é a dádiva: a dádiva da liberdade a animais presos, a dádiva de sangue nos hospitais, a dádiva de comida a quem nada tem. O dia do Vesak, o dia da última lua cheia de Maio, coincide este ano com o dia 22 de Maio.
sábado, 21 de maio de 2005
Paul Ricoeur
O célebre imperativo socrático segundo o qual "uma vida que não é examinada até ao fim não é digna de ser vivida" poderia ser a divisa do pensamento ricoeuriano. Conhecer-se a si próprio é reflectir sobre si mesmo; só que essa reflexão não é uma intuição, uma evidência, é antes a interpretação do universo simbólico (linguagem, narrativa, arte,...) que nós próprios criamos constantemente. Por sua vez, esta interpretação não dispensa, antes exige o exercício da razão e da responsabilidade ética.
Ricoeur morreu...
27 de Fevereiro de 1913 - 20 de Maio de 2005
Ler o excelente artigo (em francês) do Libération
Ler o excelente artigo (em francês) do Libération
quarta-feira, 18 de maio de 2005
Omar Khayyam
"Noite, silêncio, folhas imóveis;
imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a taça?
Hoje caiu a primeira pétala.
Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que te dei
e que te fez desfalecer.
Acorda... e olha como o Sol, retornando,
vai apagando as estrelas do campo da noite"
Estes versos são atribuídos ao grande poeta persa que, tudo indica, nasceu no dia 18 de Maio de há muitos, muitos anos atrás...no século XI, precisamente. É difícil determinar a influência de Ommar Khayyam e do seu Rubáiyát na cultura ocidental. Estamos demasiado marcados pela ressonância da sua poesia na Inglaterra romântica para nos lembrarmos de que a obra poética cultivada na Pérsia transformou radicalmente a cultura ocidental. A tese não é nova, mas é bom não esquecê-la.
imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a taça?
Hoje caiu a primeira pétala.
Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que te dei
e que te fez desfalecer.
Acorda... e olha como o Sol, retornando,
vai apagando as estrelas do campo da noite"
Estes versos são atribuídos ao grande poeta persa que, tudo indica, nasceu no dia 18 de Maio de há muitos, muitos anos atrás...no século XI, precisamente. É difícil determinar a influência de Ommar Khayyam e do seu Rubáiyát na cultura ocidental. Estamos demasiado marcados pela ressonância da sua poesia na Inglaterra romântica para nos lembrarmos de que a obra poética cultivada na Pérsia transformou radicalmente a cultura ocidental. A tese não é nova, mas é bom não esquecê-la.
segunda-feira, 16 de maio de 2005
O interesse de Bill Viola pela ópera de Wagner, "Tristão e Isolda" não se iniciou este ano em Paris. Já no ano passado, em Los Angeles, o drama musical foi apresentado em três noites, visando-se a simbiose entre a música de Wagner e a arte-vídeo de Viola."Richard Wagner's Tristan and Isolde is the story of a love so intense and profound that it cannot be contained in the material bodies of the lovers. In order to fully realize their love, Tristan and Isolde must ultimately transcend life itself." (Bill Viola)
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O Ego e o Vazio
A ideia de uma "psicose branca" - aplicada metaforicamente à "semana branca" do Expresso do Oriente - não é uma invenção minha. O psicanalista francês André Green aborda esse conceito na sua obra Narcisismo de Vida. Narcisismo de Morte (1983). A psicose branca é definida como uma crise em que "o Ego procede a um desinvestimento das representações a um ponto tal que fica confrontado com o seu vazio constitutivo." Talvez esta "loucura momentânea" seja afinal o reconhecimento da nossa própria verdade. Quem sabe?
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domingo, 15 de maio de 2005
Quem sou?/O que sou?
"É sempre falso pretender explicar os fenómenos de um país através do carácter dos seus habitantes. Porque o habitante de um país tem sempre, pelo menos, nove caracteres: um carácter profissional, outro de classe, outro sexual, outro nacional, outro político, outro geográfico, outro consciente, outro inconsciente e talvez ainda um privado; reúne-os na sua pessoa, mas está deles dissociado e não passa, afinal, de um pequeno vale onde estes vêm desaguar para em seguida irem dali encher outros vales com os seus riachos. É por isso que todo o habitante da Terra possui ainda um décimo carácter que não é mais do que a imaginação passiva de espaços ainda não preenchidos; este carácter confere ao homem todas as liberdades, excepto uma: a de tomar a sério o que fazem os seus outros caracteres (nove, pelo menos) e aquilo que lhes sucede; portanto, por outras palavras, só a liberdade, precisamente, poderia preencher esse espaço. Este espaço, difícil de descrever, confessemo-lo, será colorido e formado de forma diferentes na Itália e na Inglaterra, porque tudo quanto se destaca no seu fundo possui outra forma e outra cor; e portanto é o mesmo tanto aqui como lá, isto é, precisamente um espaço invisível e vazio, na qual a realidade se ergue como uma pequena aldeia num jogo de construções pela imaginação." Robert Musil, O Homem sem Qualidades
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sábado, 14 de maio de 2005
Psicose branca
Nestes últimos dias (desde o dia 10 de Maio) tenho andado com uma "psicose-blog-branca". Sempre que queria ver este meu blog (Expresso do Oriente), aparecia-me o monitor totalmente em branco (e experimentei em vários computadores)! Sinceramente ainda não percebi o que se passou! Da mesma forma que o blog desapareceu, subitamente ressuscitou das cinzas.
domingo, 8 de maio de 2005
Hoje celebra-se por toda a Europa o final da segunda guerra. Esta fotografia de Yevgeny Khaldei - que mostra a bandeira da URSS no topo do Reichstag - tornou-se lendária (apesar de ser uma fotografia forjada, pois certamente foi tirada depois do "Untergang/Queda"). Ao que parece, as celebrações do final da segunda guerra deveriam ocorrer a 9 de Maio, mas os media ocidentais na época anteciparam-se... pouco importa que tenha sido a 8 ou a 9; o que importa é que esse pesadelo terminou! Hoje poucos já se lembram do facto...o que pode ser um bom ou um mau sinal! Não sei...
sábado, 7 de maio de 2005
Habemus papam
Ainda ontem, o meu amigo M. mostrava a sua alegria pelo facto do Cardeal Ratzinger ter sido eleito papa. Como ele é alemão, pensei que era uma alegria singular de alguém que provém da católica Baviera.
Mas hoje, deparei-me com esta citação, extraída, em primeiro lugar, do blog budista:
"Sua Santidade o Papa João Paulo II já tinha afirmado que "os animais possuem alma e os homens têm que amá-los e sentir solidariedade para com eles."
Agora, Sua Santidade o Papa Bento XVI renova essa linha de pensamento em apenas escassas horas após ter sido escolhido para o cargo de Supremo Pontífice da Igreja Católica. "Os animais são também criaturas de Deus e mesmo não tendo o mesmo tipo de relação com Deus como o Homem, elas são criaturas da sua vontade, criaturas que temos de respeitar como companheiros na criação." afirmou Sua Santidade o Papa Bento XVI.
Já em 2002, o Cardeal Ratzinger tinha afirmado (citação de "People for Ethical Treatment of Animals"):
"The new Pope has spoken movingly about the exploitation of all beings, particularly of farmed animals. When he was asked about the rights of animals in a 2002 interview, he said, "That is a very serious question. At any rate, we can see that they are given into our care, that we cannot just do whatever we want with them. Animals, too, are God's creatures . . . Certainly, a sort of industrial use of creatures, so that geese are fed in such a way as to produce as large a liver as possible, or hens live so packed together that they become just caricatures of birds, this degrading of living creatures to a commodity seems to me in fact to contradict the relationship of mutuality that comes across in the Bible."
Cardinal Ratzinger was echoing official church teachings, as laid out in the Catholic Catechism, which states clearly that “Animals are God’s creatures. He surrounds them with his providential care. By their mere existence they bless him and give him glory. Thus men owe them kindness. We should recall the gentleness with which saints like St. Francis of Assisi or St. Philip Neri treated animals. . . . It is contrary to human dignity to cause animals to suffer or die needlessly.”
Mas hoje, deparei-me com esta citação, extraída, em primeiro lugar, do blog budista:
"Sua Santidade o Papa João Paulo II já tinha afirmado que "os animais possuem alma e os homens têm que amá-los e sentir solidariedade para com eles."
Agora, Sua Santidade o Papa Bento XVI renova essa linha de pensamento em apenas escassas horas após ter sido escolhido para o cargo de Supremo Pontífice da Igreja Católica. "Os animais são também criaturas de Deus e mesmo não tendo o mesmo tipo de relação com Deus como o Homem, elas são criaturas da sua vontade, criaturas que temos de respeitar como companheiros na criação." afirmou Sua Santidade o Papa Bento XVI.
Já em 2002, o Cardeal Ratzinger tinha afirmado (citação de "People for Ethical Treatment of Animals"):
"The new Pope has spoken movingly about the exploitation of all beings, particularly of farmed animals. When he was asked about the rights of animals in a 2002 interview, he said, "That is a very serious question. At any rate, we can see that they are given into our care, that we cannot just do whatever we want with them. Animals, too, are God's creatures . . . Certainly, a sort of industrial use of creatures, so that geese are fed in such a way as to produce as large a liver as possible, or hens live so packed together that they become just caricatures of birds, this degrading of living creatures to a commodity seems to me in fact to contradict the relationship of mutuality that comes across in the Bible."
Cardinal Ratzinger was echoing official church teachings, as laid out in the Catholic Catechism, which states clearly that “Animals are God’s creatures. He surrounds them with his providential care. By their mere existence they bless him and give him glory. Thus men owe them kindness. We should recall the gentleness with which saints like St. Francis of Assisi or St. Philip Neri treated animals. . . . It is contrary to human dignity to cause animals to suffer or die needlessly.”
sexta-feira, 6 de maio de 2005
"Mau" dia
Hoje tive um "mau" dia que apenas foi salvo pela oferta de uma imagem do Buda, trazida directamente de Hong Kong por uma querida aluna... e, já agora, pela leitura de uma história tradicional judaica narrada pelo excelente blog Rua da Judiaria (o Nuno Guerreiro que me desculpe de estar sempre a citá-lo...):
Dois estudantes do Maggid de Mezheritz foram ter com o mestre: “Rabi, temos um problema. Está escrito no Talmude que devemos agradecer tanto pelos dias bons como pelos maus. Como pode ser isto possível? Que significado terá a nossa gratidão se ela for igualmente repartida entre o bom e o mau?”
Ao ouvir a interrogação dos seus discípulos, o Maggid respondeu: “Vão até Anapol e procurem o rabino Zusya. Ele terá a resposta que procuram.”
Os estudantes puseram-se a caminho e depois de dois dias de viagem chegaram finalmente a Anapol. Na mais pobre rua da vila, entre duas pequenas casas, encontraram uma modesta cabana praticamente em ruínas. Lá dentro, o rabino Zusya estava sentado à mesa, a ler um livro iluminado por uma nesga de luz que vinha da única janela da casa. À sua volta não havia praticamente nada além da mesa, três cadeiras e uma estante carregada de livros. Ao ver que tinha visitas, o velho rabino ergueu os olhos: “Sejam bem-vindos! Desculpem eu não me levantar, mas tenho umas dores terríveis nas pernas. Querem comer alguma coisa? Só tenho algum pão… mas também há água…”
“Não. Viemos somente para lhe fazer uma pergunta. O Maggid de Mezheritz disse-nos que o rabi Zusya nos poderia explicar porque razão o Talmude diz que devemos agradecer tanto os dias bons como os maus?”
O velho rabino sorriu e abanou a cabeça com ar intrigado: “Eu? Não faço a mínima ideia porque é que o Maggid de Mezheritz vos mandou vir ter comigo. É que eu nunca tive um dia mau na minha vida."
Dois estudantes do Maggid de Mezheritz foram ter com o mestre: “Rabi, temos um problema. Está escrito no Talmude que devemos agradecer tanto pelos dias bons como pelos maus. Como pode ser isto possível? Que significado terá a nossa gratidão se ela for igualmente repartida entre o bom e o mau?”
Ao ouvir a interrogação dos seus discípulos, o Maggid respondeu: “Vão até Anapol e procurem o rabino Zusya. Ele terá a resposta que procuram.”
Os estudantes puseram-se a caminho e depois de dois dias de viagem chegaram finalmente a Anapol. Na mais pobre rua da vila, entre duas pequenas casas, encontraram uma modesta cabana praticamente em ruínas. Lá dentro, o rabino Zusya estava sentado à mesa, a ler um livro iluminado por uma nesga de luz que vinha da única janela da casa. À sua volta não havia praticamente nada além da mesa, três cadeiras e uma estante carregada de livros. Ao ver que tinha visitas, o velho rabino ergueu os olhos: “Sejam bem-vindos! Desculpem eu não me levantar, mas tenho umas dores terríveis nas pernas. Querem comer alguma coisa? Só tenho algum pão… mas também há água…”
“Não. Viemos somente para lhe fazer uma pergunta. O Maggid de Mezheritz disse-nos que o rabi Zusya nos poderia explicar porque razão o Talmude diz que devemos agradecer tanto os dias bons como os maus?”
O velho rabino sorriu e abanou a cabeça com ar intrigado: “Eu? Não faço a mínima ideia porque é que o Maggid de Mezheritz vos mandou vir ter comigo. É que eu nunca tive um dia mau na minha vida."
quarta-feira, 4 de maio de 2005
A fotografia anterior daria, na verdade, um excelente filme... talvez não tanto um filme de alpinistas, mas, antes, um filme só de imagens, chamado "Baraka", palavra semita que, na maioria dos casos, significa "bênção". Nesse filme, também se vêem imagens terríveis e infelizmente verídicas...um filme obrigatório para se compreender o mundo em que se vive. E tem eventualmente a vantagem de não ter legendas: só imagem e som.
segunda-feira, 2 de maio de 2005
Esta maravilhosa gruta na Austrália associa duas dimensões tantas vezes opostas: por um lado, a ideia de abertura e, por outro, a de perspectiva. Por um lado, um olhar que se abre e se perde no horizonte; por outro, a perspctiva desse mesmo olhar que encerra tudo o resto não só na penumbra, mas também na invisibilidade.
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domingo, 1 de maio de 2005
160
Aphra Behn ou a "Agente 160". Aphra Behn (c.1640-1689) é considerada como a primeira escritora profissional de língua inglesa. Após uma viagem atribulada ao Suriname, regressa como espia ao serviço de Sua Majestade. Com o nome de código de "Astreia" (ou o mais prosaico "Agente 160"), torna-se espia na Holanda, tendo antecipado o plano holandês de destruir, através de um grande incêndio, a frota marítima inglesa situada no Tamisa. Quando regressou a Inglaterra, não lhe pagaram um tostão, tendo sido mesmo presa por dívidas. O que lhe valeu foram os seus dotes de escritora, tanto no domínio do drama como do romance. A obra que escreveu sobre o príncipe Oroonoko, preso e feito escravo, granjeou-lhe fama. Está enterrada na Abadia de Westminster. Virginia Woolf dizia que todas as mulheres lhe deveriam oferecer flores, pois foi ela que lhes "conquistou o direito de darem voz aos seus pensamentos"
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