segunda-feira, 27 de março de 2006

Colóquio sobre Lévinas


Nos próximos dias 30 e 31 de Março (quinta e sexta-feira) realiza-se no Anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, um Colóquio internacional sobre o pensamento de Lévinas. Este colóquio visa celebrar o centenário do nascimento de Emmanuel Lévinas, filósofo judeu, de origem lituana, sem dúvida uma das vozes mais marcantes do pensamento contemporâneo. Lévinas permite-nos pensar não só como Auschwitz foi possível, mas também reflectir sobre o sentido da ética após o colapso de um conjunto de categorias centrais do pensamento ocidental

domingo, 26 de março de 2006

Marketa Uhlirova


Fotografia de Marketa Uhlirova a lembrar as fantásticas fotografias de Edward Weston.

sexta-feira, 24 de março de 2006

A Festa de Belshassar/2


Instalação de Susan Hiller sobre a história de Belshassar. Nesta obra, de uma ironia mordaz, ouvem-se contínuas notícias sobre uma hipotética invasão de alienígenas, desmentidas e confirmadas pelo simples facto de serem desmentidas. Sinais deliciosos deste nosso "admirável mundo novo. A artista cita a propósito desta obra, as seguintes palavras de Lucy Lipard: " ... Like the flames...the singing sounds are both beautiful and scary, nourishing (lullabies) and fearful (spells or dirges)... As the video's sounds evoke emotions, and the dancing ideograms of the flames evoke images, viewers are forced to make their own pictures, create their own fantasies or content, since the subject matter remains 'out of sight'. Neither the Rembrandt painting nor the news headlines, and certainly not the faces of the aliens and the dreadful messages they convey are ever seen... The layers of Belshazzar's Feast peel away from form (handsomely seductive, titillating disjunctive) to subject matter (home, holocaust, the media) and finally to content - what emerges and recedes from the 'faults' in the other two..." Out of Bounds, 1986.

segunda-feira, 20 de março de 2006

A Festa de Belshassar/1


Neste ano dedicado a Rembrandt, relembro a pintura "A Festa de Belshassar". Belshassar (ou Belshazzar ou Baltasar) é um príncipe ou rei da Babilónia (o "último rei da Babilónia") cuja história é-nos descrita no livro quinto de Daniel. Quando celebrava uma festa, utilizando as taças roubadas do templo de Jerusalém, surgiu uma misteriosa mão que escreveu em aramaico: "Mené, Teqél, Parsin". Ninguem sabia identificar aqueles sinais misteriosos e o profeta Daniel foi convocado. Eram palavras de pesos e medidas que, segundo o profeta, simbolizavam a divisão da Babilónia pelos Medos e pelos Persas. E assim aconteceu...

domingo, 19 de março de 2006

Civilização do Vale do Indo


A Civilização do Vale do Indo foi umas mais importantes civilizações da humanidade (2500 a 1800 aC). Como o nome indica, desenvolveu-se nas margens do rio Indo, numa região situada tanto na actual Índia como no Paquistão. Em zonas como Mohenjo-Daro, Harappa e Dholavira é possível encontrar vestígios de uma civilização gloriosa, coetânea do Egipto Antigo, da Mesopotâmia e de Creta. Ainda antes da chegada dos arianos à Índia, esta civilização entrou misteriosamente em crise. Apesar de ter uma linguagem escrita, esta última ainda não foi decifrada. Mas através desta e de outras imagens é possível especular sobre os seus hábitos e costumes: o ioga já era certamente praticado, o que torna este exercício de meditação numa das formas mais ancestrais e sábias de relacionamento com os deuses, com o mundo e connosco.

sábado, 18 de março de 2006

Catherine Chalier em Portugal


Vai estar em Portugal uma das mais prestigiadas filósofas francesas, Catherine Chalier, de confissão judaica. A conferência intitula-se Le tragique et l'espérance e contará igualmente com a presença do Reitor da Universidade de Lisboa, José Barata-Moura. Esta iniciativa inscreve-se no âmbito do Colóquio Lévinas entre nós que se realizará na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (30 e 31 de Março). Para mais pormenores, cf. o site do Colóquio. Sobre a obra de Catherine Chalier, cf. este site.

sexta-feira, 17 de março de 2006

Cool


Sempre me intrigou a presença de gatos rondando as bordas das piscinas, dado o medo ancestral que eles parecem ter da água. Agora, já sei a resposta... é tudo um disfarce, quando todos saímos, aí vão eles!

quarta-feira, 15 de março de 2006

Holi


Hoje é dia de Holi, o festival das cores, na Índia. Celebra-se no dia da última Lua cheia do nosso mês de Março.

O Templo de Kedar Nath


A Índia em todo o seu esplendor. O Templo de Kedar Nath, situado atrás dos Himalaias e dedicado ao deus Shiva, foi fundado pelo filósofo Shankara, o pensador indiano mais conhecido no Ocidente.

segunda-feira, 13 de março de 2006

Klimt: a macieira


Gustav Klimt, Apfelbaum (1912)

domingo, 12 de março de 2006

Klimt: a dançarina


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sábado, 11 de março de 2006

Klimt: Emilie Floge


Clique na imagem e tente vê-la a 100%

E então fomos para o navio... e assim:

CANTO I.
"And then went down to the ship,
Set keel to breakers, forth on the godly sea, and
We set up mast and sail on that swart ship,
Bore sheep aboard her, and our bodies also
Heavy with weeping, and winds from sternward
Bore us onward with bellying canvas,
Crice's this craft, the trim-coifed goddess.
Then sat we amidships, wind jamming the tiller,
Thus with stretched sail, we went over sea till day's end.
Sun to his slumber, shadows o'er all the ocean,
Came we then to the bounds of deepest water,
To the Kimmerian lands, and peopled cities
Covered with close-webbed mist, unpierced ever
With glitter of sun-rays
Nor with stars stretched, nor looking back from heaven
Swartest night stretched over wreteched men there.
The ocean flowing backward, came we then to the place
Aforesaid by Circe.
Here did they rites, Perimedes and Eurylochus,
And drawing sword from my hip
I dug the ell-square pitkin;
Poured we libations unto each the dead,
First mead and then sweet wine, water mixed with white flour
Then prayed I many a prayer to the sickly death's-heads;
As set in Ithaca, sterile bulls of the best
For sacrifice, heaping the pyre with goods,
A sheep to Tiresias only, black and a bell-sheep.
Dark blood flowed in the fosse,
Souls out of Erebus, cadaverous dead, of brides
Of youths and of the old who had borne much;
Souls stained with recent tears, girls tender,
Men many, mauled with bronze lance heads,
Battle spoil, bearing yet dreory arms,
These many crowded about me; with shouting,
Pallor upon me, cried to my men for more beasts;
Slaughtered the herds, sheep slain of bronze;
Poured ointment, cried to the gods,
To Pluto the strong, and praised Proserpine;
Unsheathed the narrow sword,
I sat to keep off the impetuous impotent dead,
Till I should hear Tiresias.
But first Elpenor came, our friend Elpenor,
Unburied, cast on the wide earth,
Limbs that we left in the house of Circe,
Unwept, unwrapped in the sepulchre, since toils urged other.
Pitiful spirit. And I cried in hurried speech:
"Elpenor, how art thou come to this dark coast?
"Cam'st thou afoot, outstripping seamen?"
And he in heavy speech:
"Ill fate and abundant wine. I slept in Crice's ingle.
"Going down the long ladder unguarded,
"I fell against the buttress,
"Shattered the nape-nerve, the soul sought Avernus.
"But thou, O King, I bid remember me, unwept, unburied,
"Heap up mine arms, be tomb by sea-bord, and inscribed:
"A man of no fortune, and with a name to come.
"And set my oar up, that I swung mid fellows."

And Anticlea came, whom I beat off, and then Tiresias Theban,
Holding his golden wand, knew me, and spoke first:
"A second time? why? man of ill star,
"Facing the sunless dead and this joyless region?
"Stand from the fosse, leave me my bloody bever
"For soothsay."
And I stepped back,
And he strong with the blood, said then: "Odysseus
"Shalt return through spiteful Neptune, over dark seas,
"Lose all companions." Then Anticlea came.
Lie quiet Divus. I mean, that is Andreas Divus,
In officina Wecheli, 1538, out of Homer.
And he sailed, by Sirens and thence outwards and away
And unto Crice.
Venerandam,
In the Cretan's phrase, with the golden crown, Aphrodite,
Cypri munimenta sortita est, mirthful, oricalchi, with golden
Girdle and breat bands, thou with dark eyelids
Bearing the golden bough of Argicidia. So that:"
Ezra Pound

sexta-feira, 10 de março de 2006

Golfe 2006



Hoje, às 10h da manhã, iniciei em Coimbra a minha época de Golfe deste ano. As minhas duas primeiras tacadas foram "excelentes": directamente para a água... A terceira ultrapassou todas as expectativas. Consegui a proeza de atingir directamente, numa só tacada, o segundo green!!! Acho que isto não foi um "birdie" ou um "eagle"...foi o Bhixma a jogar! Com esta técnica, um dia destes chego ao fim do jogo logo no começo. Mas foi agradável... A Primavera vem aí, assim como o meu hipotético homor.

segunda-feira, 6 de março de 2006

O Templo de Viena


O templo da art nouveau (Sezessionstil) vienense, criada por um discípulo de Otto Wagner, Olbrich, em 1897.

domingo, 5 de março de 2006

Blast


Vórtice: Wyndham Lewis & Ezra Pound

sábado, 4 de março de 2006

Afrodite So That:


Escultura do húngaro Beck Ö, datada de 1914. Misto de Art Nouveau e classicismo, esta escultura permite-nos invocar o hino homérico a Afrodite e as linhas finais do primeiro Canto de Pound:

"Muse, tell me the things done by golden Aphrodite,
the one from Cyprus, who arouses sweet desire for gods
and who subdues the races of mortal humans,
and birds as well, who fly in the sky, as well as all beasts
—all those that grow on both dry land and the sea.
They all know the things done by the one with the beautiful garlands, the one from Kythera" (Hino Homérico a Afrodite, 1-6, trad. inglesa de Gregory Nagy)

"Aphrodite,...with golden
Girdles and breast bands, thou dark eyelids
Bearing the golden bough of Argicida. So that:"
(Ezra Pound, Cantos, I)

"Afrodte.... com dourados
Cintos e faixas nos seios, tu, com pálpebras negras
Trazendo a rama de ouro do Argicida. E assim:"
(Ezra Pound, Cantos, I)

Nota: Hermes, o deus do mundo dos mortos, é habitualmente apresentado nos textos clássicos, como "o que mata Argus", o Argicida

sexta-feira, 3 de março de 2006

Amor em Ezra Pound



"What thou lovest well remains,
the rest is dross
What thou lov'st well shall not be reft from thee
What thou lov'st well is thy true heritage
Whose world, or mine or theirs
or is it of none?
First came the seen, then thus the palpable
Elysium, though it were in the halls of hell,
What though lovest well is thy true heritage
What though lov'st well shall not be reft from thee"
(Ezra Pound, Cantos, LXXXI)

"Aquilo que amas bem permanece,
o resto é desperdício
O que amas bem não será arrebatado de ti
O que amas bem é a tua verdadeira herança
De quem é o mundo, meu ou deles
ou de nenhum?
Primeiro veio o visível, depois o palpável
Elísio, mesmo que seja nos salões do inferno,
O que amas bem é a tua verdadeira herança
O que amas bem não será arrebatado de ti"
(Ezra Pound, Cantos, LXXXI)

quinta-feira, 2 de março de 2006

Usura


Escute o célebre canto dos "Cantos", o canto XLV, "Usura", lido pelo próprio Ezra Pound. Aqui.