Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Um estranho sonho
Ontem tive um sonho estranho. Foi um sonho filosófico, mas como todos os sonhos muito imagético. Via sequências de números passando vertiginosamente à minha frente. Foi um sonho a preto e branco, em que os números surgiam a branco sobre um fundo preto. No final daquela sequência de números - e ainda antes de acordar - surgiu-me claro como água o que passo a dizer:
Tudo o que existe tem uma causa. Nada existe que não seja efeito de outra coisa. Será, assim, possível falar-se racionalmente de uma causa primeira? Imaginemos que numerávamos sequencialmente um conjunto de efeitos e suas respectivas causas. Por exemplo, o evento 8 teria como causa o evento 7, este último como causa o evento 6, e assim por diante. Será que poderíamos chamar 1 à primeira causa? Não seria lógico perguntarmo-nos sobre o que tinha causado 1? Por que razão parar num 1? É, aliás, essa a crítica de Bertrand Russell ao argumento cosmológico da existência de Deus formulado por Aquino. Numa primeira análise, o argumento diz o seguinte: tudo tem uma causa, logo há uma causa primeira, uma causa incausada. Para B.R. este argumento era absurdo porque refutava na conclusão (há uma causa incausada) o que afirmava nas premissas (tudo tem uma causa).
Mas será que São Tomás tinha em mente a primeira causa como sendo o 1 de uma sequência de causas e efeitos? O meu sonho diz que não. A primeira causa refere-se àquela que põe em movimento a própria sequência de causas e efeitos. Voltando a utilizar a analogia dos números, a causa primeira é a expressão do que provoca a passagem radical, abrupta, do 0 a 1. Do 0 nada pode suceder. O 1 tem a mesma natureza do que outros números, apenas diferenciando-se por não se poder regredir mais. Se quisermos um outro tipo de analogia - agora física - o 1 é como a singularidade do "big bang". A causa primeira é o que permite que em vez do 0 exista uma sequência de 1,2,3,...
O meu sonho disse-me que só existem existem duas teorias racionais sobre o mundo: a de São Tomas ao defender que existe uma causa primeira, a que ele chama Ser ou Deus. A segunda é a de Espinosa (Spinoza) que defende que a Natureza ou Deus é causa de si. Racionalmente não vejo outras hipóteses. Não tem, por exemplo, nenhum sentido afirmar-se que do nada, através do nada, surgiu algo a que se chama mundo físico.
Como decidir entre São Tomás e Espinosa? As duas teorias filosóficas são tão coerentes e racionais uma como outra. Em função do que se conhece dos factos, a do São Tomás até é a mais credível pois tudo indica que o universo não é eterno. Mas Espinosa talvez argumentasse que, se assim é, provavelmente a natureza é composta por um número infinito de mundos do qual só conhecemos um.
E assim sonhei. Como todos os sonhos, absurdo, dirão muitos!!
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Wu Man
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Um dos nomes fulgurantes da música contemporânea, conhecida pelas suas interpretações deslumbrantes de pipa, o alaúde chinês.
Vale a pena visitar o seu site, onde pode mesmo interpretar este instrumento com uma sonoridade única e maravilhosa. Experimente também ouvir vários temas musicais. Uma boa introdução à sonoridade da pipa é o tema, "Dancing". Não perca o "Hangzhou Blues", uma das melhores composições dela.
Wu Man vive nos Estados Unidos e recentemente deu um concerto na Casa Branca com outro ilustre chinês, Yo-Yo Ma (melhor dizendo, nasceu em Paris, mas a família é chinesa).
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domingo, 27 de janeiro de 2008
Hotel Pro Forma
Neste último fim-de-semana, no CCB. Espectáculo absolutamente deslumbrante. Encenação obtida através da relação entre a imagem, a luz, as cores e o canto sinfónico. Música de Bo Holten, John Cage e Christoph Willibald Gluck (Orfeu e Eurídice). Produção de Kirsten Dehlholm, cenografia de Maja Ravn e libreto de Ib Michael.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
24 Velas para o dia 24
Hoje faz anos o Macintosh lançado a 24 de Janeiro desse mítico ano de "1984" pela Apple. Veja aqui a célebre apresentação do primeiro Macintosh.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Operação: Orfeu
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Elegância
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Fotografia de canadia-eh. Simplicidade, beleza e forma significante. Clive Bell dixit.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Shakuhachi em Portugal
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25 de Janeiro, às 21h
Do programa: "A shakuhachi (尺八) é uma flauta (...). Em japonês chama-se O Shaku Ha Sun. O seu nome provém duma medida japonesa muito antiga (...) Esta extraordinária flauta provém da China e entra no Japão no começo do período Tang, no sec. VII. (...)
Honkyoku (本曲) é o género de shakuhachi em que se baseia a interpretação de antigas peças de música de origem Zen. (...) Esta flauta japonesa é um instrumento de grande expressividade, subtileza e dinamismo, convidando o intérprete e o ouvinte a uma atmosfera de contemplação. (...)
Acerca do Intérprete
Antonio Olías – Professor, intérprete, compositor e improvisador de shakuhachi. A sua curiosidade, inquietude, motivação levaram-no a explorar diferentes linguagens e disciplinas musicais. Viajou a Austrália em duas ocasiões, (2001 – 2004) onde ingressou no Victorian College of the Arts para cursar estudos de shakuhachi com Anne Norman “Dokyoku Ryu e Kinko Ryu Chikumeisha” e na Japan World Music School com Andrew MacGregor. Continuou os estudos de shakuhachi em SOAS University of London “School of Oriental and African Studies” sob la direcção de Michael Coxall "Kinko Ryu Chikumeisha".Antonio foi bolseiro da Gen Foundation de Londres no ano 2004 e bolseiro pela AIE "Asociación de Artistas Intérpretes e Ejecutantes" nos anos 2006 e 2007, para aprofundar o estudo do shakuhachi em Tokyo, com os mestres Tanaka Komei "Kinko Ryu Chikumeisha", Teruhisa Fukuda “estilo contemporâneo”, Shôzan Tanabe “Tozan-Ryu” y Katô Hidekazu “Dokyoku Ryu”."
Iniciativa com o apoio da Fundação da Casa de Bragança
ENTRADA LIVRE
Para mais informação, clique AQUI.
domingo, 20 de janeiro de 2008
Livro Negro
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Neste nosso dia "holandês", não gostaria de deixar de fazer referência a um recente filme com o título Zwartboek, Livro Negro. Produzido em 2006, mas só exibido em Portugal em 2007, este é o filme mais caro alguma vez feita na Holanda. Esta obra cinematográfica foi realizada por Paul Verhoeven, nome bem conhecido pelos seus filmes, Basic Instinct (1992) e Total Recall (filme de ficção científica baseado num conto de Philip Dick). O Livro Negro não tem a densidade dramática da Lista de Schindler, mas é um dos filmes mais interessantes sobre a resistência à ocupação nazi da Europa (neste caso, à ocupação dos Países Baixos). A qualidade do filme deve muito à interpretação da actriz holandesa Carice von Houten assim como à reconstituição da época. Diga-se que Carice, para lá de não ter um minuto de descanso no filme, interpreta ela mesma as 'suas' canções, como fala fluentemente quatro das línguas do filme: naturalmente o holandês, mas também o hebreu, o alemão e o inglês. O filme obteve o prémio do melhor filme internacional do Festival de Veneza de 2006.
Tom Schulten
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Tom Schulten (n.1938) é um dos pintores mais famosos da Holanda. Pinta os seus temas com grandes blocos coloridos com preferência pelos azuis e pelos vermelhos. É considerado o fundador da escola "consensismo" (não me perguntem o que é...). Apesar das relações históricas entre Portugal e Holanda terem sido muito intensas - afinal o "nosso" grande filósofo Espinosa/Spinoza nasceu lá... - o desconhecimento é mútuo. Uma sobrinha minha esteve lá recentemente e quando ela se identificou como portuguesa a resposta foi, no mínimo, exótica: "Ah, vem da América do Sul"!!! O neerlandês apesar de soar aos nossos ouvidos com uma língua muito áspera, rolada e gutural, é, a meu ver, muito bela e já faz parte dos meus planos aprendê-la.
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Zâmbia
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Junto às cataratas de Vitória (Victoria Falls) no rio Zambeze. Fotografia de Annie Griffiths Belt para a National Geographic.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Arte & Filosofia
Clique na imagem para aumentar as suas dimensões. Cena da peça de Samuel Beckett, En attendant Godot
A separação da arte em relação à técnica derivou de um aprofundamento reflexivo sobre a possibilidade de um juízo de gosto universal. A partir do momento em que a filosofia se interrogou sobre a existência de um critério que desse validade aos nossos juízos de gosto, o decisivo passou a ser a relação do sujeito com a obra de arte enquanto tal e não tanto a sua pretensa utilidade (espiritual ou material, pouco importa). O objecto artístico tornou-se acima de tudo uma experiência de natureza estética. No entanto, a autonomia da arte, assim obtida, foi sempre sentida como precária, exigindo uma atenção constante por parte do mundo da arte em preservar o valor da arte como fim em si mesmo (e não como meio ou instrumento). De algum modo, pode-se dizer que, a partir deste momento, todo o artista se tornou de algum modo um filósofo. É esta a razão do carácter indissociável entre a arte e a filosofia. O acto de reflexão filosófica tornou-se constitutivo de toda a experiência criadora que se quisesse artística a um ponto tal que a arte pura implicará sempre uma reflexão sobre a sua própria natureza.
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Vulcão
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Fotografia de John Stanmeyer para a National Geographic.
Quem alguma vez viu o filme Baraka, certamente se lembra deste local. As imagens iniciais do filme mostram a actividade vulcânica em Bromo na Indonésia, uma das zonas mais belas deste planeta.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Mac fininho
domingo, 13 de janeiro de 2008
Açafrão
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Flores de açafrão. Esta especiaria é uma das mais caras e raras visto que para produzir 1 quilo é necessário destruir 100.000 flores.
Fotografia de first_reflection.
sábado, 12 de janeiro de 2008
Nunca mais vai olhar o seu...
...nariz da mesma maneira. E não pense que é alguma fotografia do nariz de Gogol que por aí se passeia. Trata-se de uma fotografia da estrutura interna de um nariz muito semelhante ao seu...
Fotografia da National Geographic.
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
John Tavener
Este é o meu terceiro post sobre músicos contemporâneos actuais e é dedicado a John Tavener. Compositor inglês, nascido a 1944, foi fortemente influenciado pela música a capella da Igreja Ortodoxa. Sofre igualmente a influência da música associada à mística islâmica (sufi) e indiana. O seu objectivo é criar obras que sejam autênticos "ícones sonoros". Embora seja pouco conhecido em Portugal, já tive felizmente a oportunidade de assistir a obras dele no CCB. Um grande músico!
Deixo-vos com esta elegia fúnebre (Song for Athene) que encontrei no You Tube:
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Aqui está ele...
Não tem ar condicionado nem vidros eléctricos, mas é um carro que custa tanto ou menos que o seu computador. Para vê-lo em vídeo clique AQUI.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Bruckner
Scherzo da nona sinfonia de Bruckner, um dos temas musicais escolhidos por Bergman no seu filme Saraband. Interpretação de Karajan, o maestro do qual se celebra em 2008 o centenário de nascimento. Julgo que a maioria da pessoas não sabe que Herbert von Karajan era budista.
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domingo, 6 de janeiro de 2008
Takemitsu
Toru Takemitsu (1930-1996), compositor japonês, é um dos nomes mais respeitados da actual música clássica contemporânea. Influenciado por Messiaen, e também por Debussy, a música de Takemitsu tem aquela delicadeza que nos habituámos a associar à cultura japonesa. Como a grande maioria dos compositores actuais, tem uma vasta obra musical no campo cinematográfico, contando-se mais de cem filmes (entre eles, recordo o Ran de Kurosawa e o Império da Paixão de Nagisa Oshima). É também conhecido o seu gosto pelas canções dos Beatles, pelos romances policiais (é autor de um deles) e pela flauta japonesa shakuhachi. Podem ouvir aqui um tema da Takemitsu interpretado por Patrick Chemla (violino) e Philippe Biros (piano).
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sábado, 5 de janeiro de 2008
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Tan Dun
Começamos hoje uma nova série de posts dedicados a músicos clássicos contemporâneos. Importa, no entanto, fazer a seguinte distinção: neste contexto, "contemporâneo" deve ser entendido como "actual". Com efeito, grande parte da música clássica que hoje ouvimos foi produzida na "era contemporânea" (a partir do século XVIII). Vamos, apenas, referir os músicos que atingiram o seu apogeu nestas últimas décadas. E começamos com Tan Dun, um compositor chinês discípulo de Takemitsu. Provavelmente é um dos músicos actuais mais populares, visto que muitas das suas obras estão ligadas a grandes sucessos cinematográficos. É naturalmente o caso da música do filme Crouching Tiger Hidden Dragon. Podem escutar um excerto desta música, intitulado "Adeus" (Farewell).
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Tristão & Isolda
Amanhã (2 de Janeiro), no Alla Scala de Milão, termina a apresentação da nova grande produção da ópera de Wagner, Tristão e Isolda. Ela é o fruto do trabalho de dois nomes já lendários da arte contemporânea: o encenador Patrice Chéreau e o maestro Daniel Barenboim. Se quiser ver um vídeo do evento, clique AQUI.
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