domingo, 30 de março de 2008
E por aqui ando eu...
E não pensem que está frio. Apesar do nevão do dia de chegada, hoje está um Sol radioso com 21 graus de temperatura!
sábado, 22 de março de 2008
E aqui vou eu...
sexta-feira, 21 de março de 2008
Bauhaus
A escola de Bauhaus foi fundada no dia 21 de Março de 1919. Para saber um pouco mais sobre Bauhaus, clique AQUI.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Agressão nas escolas portuguesas
Todos os dias há uma agressão a um professor nas escolas portuguesas, em média. Este é apenas um desses casos. Notícia do Público, aqui.
primavera verão outono e inverno
"primavera verão outono e inverno. deu-se-lhes esta sequência porque saltar do inverno para a primavera é inverosímil.
mas é verdade."
quarta-feira, 19 de março de 2008
John Cage e o silêncio
"As Sonatas e Interlúdios para piano preparado marcam o fim de um período e o início de uma nova fase na vida de John Cage .
Depois das experiências realizadas com o piano preparado, Cage fundamenta o seu estilo em toda uma série de ideias filosóficas, que abrangem desde o Budismo Zen às teorias de Meister Eckhart, passando pela obra de Ananda Coomaraswamy.
Pretendendo comprovar através da sua obra musical, o ideal da filosofia budista de negação e consequente esvaziamento do ego como um caminho possível de tornar a realidade perceptível, Cage envereda gradualmente para o abandono da intenção composicional a partir de 1951.
Se, nas suas primeiras obras escritas fundamentalmente para percussão, a fundamental preocupação era a de estabelecer uma estrutura rígida e inalterável que controlasse todo o processo composicional, gradualmente este elemento perde importância, até que por fim se extingue.
Aparece assim subjacente à formulação da ideia de estrutura rítmica, a busca do esvaziar do espírito e da sua libertação de todos os entraves do eu psicológico. Cage tende para uma visão da estrutura rítmica, existente por si só, partindo de uma ignorância do material para abarcar um vasto universo de sons e inclusive o silêncio. Tal implica a independência da estrutura em relação ao conteúdo, sendo a ligação entre acontecimentos musicais e pontos temporais importantes feita mais por coincidência (“luminosa” segundo Cage) do que propriamente por uma prévia intenção. Devido à exploração desta ideia de estrutura vazia, que se torna capaz de abarcar toda uma infinidade de sons sem a manipulação do compositor, Cage concebe a sua composição, baseando-se na alternância intenção/não intenção.
Na obra musical de Cage, o jogo entre conceitos opostos torna-se uma constante, a necessidade de recorrer a métodos bastante determinados para gerar a aleatoriedade, faz com que o par determinação/indeterminação, bem como a transferência da intenção para a não - intenção composicional estejam sempre presentes a partir de 1951.
Neste contexto, as noções de som e de silêncio deixam também de ter o mesmo significado para Cage. Ao entrar no campo da indeterminação, a articulação do som e do silêncio não vai ser feita da mesma maneira. Se até aqui, o silêncio representava um espaço de tempo vazio entre dois sons, a partir de 1951, o silêncio vai ser tratado como um elemento musical de pleno direito, passando a fazer parte do grupo dos materiais, até que por fim, o significado do termo altera-se radicalmente, passando a englobar todos os sons ambientais, ou seja, todos os sons que não fazem parte da intenção do compositor — em suma, sons não intencionais.
O caminho para o Indeterminismo absoluto estava traçado."
Morreu o autor de "2001 - Odisseia no Espaço"
Arthur C. Clarke faleceu esta terça-feira aos 90 anos num hospital no Sri Lanka, vítima de um problema cardio-respiratório.
terça-feira, 18 de março de 2008
O telejornal alemão
"A Alemanha também tem um "Jornal Nacional". Trata-se do Tagesschau, programa exibido desde 26 de dezembro de 1952 no canal público ARD. Existem diferentes edições do programa no decorrer do dia, mas a edição mais vista é sem dúvida a que é exibida às 20:00h, à qual assiste praticamente a Alemanha inteira, como o Jornal Nacional aqui no Brasil. Porém, diferente do Jornal Nacional, o Tagesschau dura apenas 15 minutos e não tem intervalo para comerciais. Graças a isso, as matérias vão direto ao ponto, sem enrolação.
Além disso, os apresentadores não usam teleprompter - o que para os brasileiros poder parecer um retrocesso tecnológico, mas o público alemão não gostaria de mudar nada nesse programa de mais de 50 anos.
Outra característica é que os apresentadores, repórteres de rua e correspondentes nunca "gritam", nem se exasperam ao ler a notícia (não tem soluço diante de notícia triste, não tem sorriso diante de notícia alegre) - bem diferente do Jornal Nacional brasileiro. No máximo, um meio-sorriso calculado (foto ao lado) antes de anunciar a previsão do tempo, que é um assunto mais leve do que as notícias mais comuns.
Mas engana-se quem pensa que tudo é perfeitamente calculado e perfeitamente exibido no Tagesschau: é muito divertido ficar esperando algum erro dos apresentadores, que afinal, são humanos (!) Ontem, por exemplo, o apresentador falou "bom dia" em vez de "boa noite" - e nem pediu desculpas... Veja ao lado uma imagem desse mico no exato momento em que ele aconteceu.
Vejo o programa quase todos os dias, mesmo quando não estou na Alemanha. Isso porque a ARD disponibiliza as diversas edições diárias do Tagesschau para ver e baixar na internet. Se você quiser conferir esse serviço para treinar seu alemão ou ficar em dias com o que acontece na Alemanha, basta clicar aqui e visitar a página do Tagesschau".
Frans Lanting
segunda-feira, 17 de março de 2008
The rain in Spain stays mainly in the plain!
Dearest creature in creation,
Study English pronunciation.
I will teach you in my verse
Sounds like corpse, corps, horse, and worse.
I will keep you, Suzy, busy,
Make your head with heat grow dizzy.
Tear in eye, your dress will tear.
So shall I! Oh hear my prayer.
Just compare heart, beard, and heard,
Dies and diet, lord and word,
Sword and sward, retain and Britain.
(Mind the latter, how it's written.)
Now I surely will not plague you
With such words as plaque and ague.
But be careful how you speak:
Say break and steak, but bleak and streak;
Cloven, oven, how and low,
Script, receipt, show, poem, and toe.
Hear me say, devoid of trickery,
Daughter, laughter, and Terpsichore,
Typhoid, measles, topsails, aisles,
Exiles, similes, and reviles;
Scholar, vicar, and cigar,
Solar, mica, war and far;
One, anemone, Balmoral,
Kitchen, lichen, laundry, laurel;
Gertrude, German, wind and mind,
Scene, Melpomene, mankind.
Billet does not rhyme with ballet,
Bouquet, wallet, mallet, chalet.
Blood and flood are not like food,
Nor is mould like should and would.
Viscous, viscount, load and broad,
Toward, to forward, to reward.
And your pronunciation' s OK
When you correctly say croquet,
Rounded, wounded, grieve and sieve,
Friend and fiend, alive and live.
Ivy, privy, famous; clamour
And enamour rhyme with hammer.
River, rival, tomb, bomb, comb,
Doll and roll and some and home.
Stranger does not rhyme with anger,
Neither does devour with clangour.
Souls but foul, haunt but aunt,
Font, front, wont, want, grand, and grant,
Shoes, goes, does.
Now first say finger,
And then singer, ginger, linger,
Real, zeal, mauve, gauze, gouge and gauge,
Marriage, foliage, mirage, and age.
Query does not rhyme with very,
Nor does fury sound like bury.
Dost, lost, post and doth, cloth, loth.
Job, nob, bosom, transom, oath.
Though the differences seem little,
We say actual but victual.
Refer does not rhyme with deafer.
Foeffer does, and zephyr, heifer.
Mint, pint, senate and sedate;
Dull, bull, and George ate late.
Scenic, Arabic, Pacific,
Science, conscience, scientific.
Liberty, library, heave and heaven,
Rachel, ache, moustache, eleven.
We say hallowed, but allowed,
People, leopard, towed, but vowed.
Mark the differences, moreover,
Between mover, cover, clover;
Leeches, breeches, wise, precise,
Chalice, but police and lice;
Camel, constable, unstable,
Principle, disciple, label.
Petal, panel, and canal,
Wait, surprise, plait, promise, pal.
Worm and storm, chaise, chaos, chair,
Senator, spectator, mayor.
Tour, but our and succour, four.
Gas, alas, and Arkansas.
Sea, idea, Korea, area,
Psalm, Maria, but malaria.
Youth, south, southern, cleanse and clean.
Doctrine, turpentine, marine.
Compare alien with Italian,
Dandelion and battalion.
Sally with ally, yea, ye,
Eye, I, ay, aye, whey, and key.
Say aver, but ever, fever,
Neither, leisure, skein, deceiver.
Heron, granary, canary.
Crevice and device and aerie.
Face, but preface, not efface.
Phlegm, phlegmatic, ass, glass, bass.
Large, but target, gin, give, verging,
Ought, out, joust and scour, scourging.
Ear, but earn and wear and tear
Do not rhyme with here but ere.
Seven is right, but so is even,
Hyphen, roughen, nephew Stephen,
Monkey, donkey, Turk and jerk,
Ask, grasp, wasp, and cork and work.
Pronunciation (think of Psyche!)
Is a paling stout and spikey?
Won't it make you lose your wits,
Writing groats and saying grits?
It's a dark abyss or tunnel:
Strewn with stones, stowed, solace, gunwale,
Islington and Isle of Wight,
Housewife, verdict and indict.
Finally, which rhymes with enough,
Though, through, plough, or dough, or cough?
Hiccough has the sound of cup.
My advice is to give up!!!
O Dever para com o Si
domingo, 16 de março de 2008
Ex-piloto alemão confessa ter abatido avião do escritor Saint-Exupéry
Ex-piloto alemão confessa ter abatido avião do escritor Saint-Exupery
O escritor e aviador francês Antoine de Saint Exupery, morto durante a segunda guerra mundial, terá sido abatido em voo por um leitor e admirador da sua obra.
Piano preparado II
"As Sonatas e Interlúdios compostas entre 1946 e 48, são das obras mais significativas para piano preparado de John Cage.
As 16 Sonatas e os 4 Interlúdios são fruto da influência da filosofia e pensamento orientais — mais precisamente da tradição e estética indiana e das suas concepções acerca do papel da arte — e dos estudos de música oriental levados a cabo conjuntamente com Henry Cowell.
Com a ajuda da sua guia espiritual Gita Sharabhai, Cage conhece o “Natjashastra“, grande livro de dança e música indianas, que descreve a teoria dos rasa, ou seja das emoções permanentes — o heroísmo, o erotismo, o cómico, o patético, a cólera, o medo, o ódio, as quais possuem em tendência comum: a aspiração à tranquilidade e à paz. As Sonatas e Interlúdios não são mais do que uma tentativa de representação dessas emoções."
Artigos Relacionados
- Piano preparado I (0)
- The future of music (0)
sábado, 15 de março de 2008
John Gray on secular fundamentalists
Over the past few years, leading writers and thinkers have published bestselling tracts against God. John Gray on why the 'secular fundamentalists' have got it all wrong
John Cage
"Até à década de 40, a maior parte da obra para percussão de Cage destinava-se ao acompanhamento de coreografias. A invenção do piano preparado surge a partir de um convite feito pela bailarina Silvia Fort a John Cage para a realização de uma peça para uma das suas coreografias: Bachanal.
Bachanal pretendia recriar o espírito da dança africana e, consequentemente, os instrumentos de percussão seriam os mais indicados para o efeito. Devido às pequenas dimensões da sala onde iria ser realizado o espectáculo, Cage ficou impossibilitado de escrever para vários instrumentos de percussão como desejava, só dispondo de um piano. Inspirado na peça para piano The Banshee de Henry Cowell, (que em vez de utilizar o teclado, percutia e beliscava as cordas no interior do piano) Cage decidiu transformar o timbre do instrumento inserindo vários objectos entre as cordas. Qualquer tipo de objecto poderia fazer parte da lista de preparação; pequenos pedaços de borracha ou de pele alteravam a altura, o timbre e a afinação do piano, transformando-o numa pequena orquestra de percussão."
Artigos Relacionados
Governo tibetano fala em centenas de mortos e detidos
Lojas destruidas, veículos queimados e violência generalizada contra estabelecimentos e edifícios governamentais chineses nas ruas de Lahsa.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Castelos
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Fotografia de "Eilean Donan" na Escócia tirada por John Mueller.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Breath
Se tiver dificuldades em ver ou ouvir, clique AQUI.
Certamente a peça de teatro mais curta que alguma vez foi feita. Chama-se Breath (1969) e foi criada pelo escritor irlandês, Samuel Beckett. Tem uma duração de cerca de 25 segundos. Inscreve-se, assim, no conjunto dessas obras "provocatórias" da arte contemporânea como, por exemplo, o 4'33'' de John Cage ou "A Fonte" de Duchamps. Coloco o adjectivo "provocatório" entre aspas porque essa é a questão menos importante. A inteligibilidade dessas obras encontra-se no acto de reflexão a que somos solicitados sobre a natureza da própria arte. Como o filósofo norte-americano Arthur C. Danto sublinhou, estas obras encontram o seu sentido enquanto atitudes em face do próprio mundo da arte (artworld).
E, no entanto, esta peça miniatura pode também ser vista como a síntese da visão beckettiana do mundo e que encontra nestas palavras de En attendant Godot a sua explicitação: "Dão à luz sobre uma sepultura, a luz brilha um instante e, então, é noite uma vez mais."
Para aferir do rigor da interpretação desta peça, transcrevo as próprias instruções de Smauel Beckett:
B R E A T H
CURTAIN
1. Faint light on stage littered with miscellaneous rubbish. Hold about
five seconds.
2. Faint brief cry and immediately inspiration and slow increase of light
together reaching maximum together in about ten seconds. Silence and
hold for about five seconds.
3. Expiration and slow decrease of light together reaching minimum
together (light as in 1) in about ten seconds and immediately cry as
before. Silence and hold about five seconds.
CURTAIN
RUBBISH
No verticals, all scattered and lying.
CRY
Instant of recorded vagitus. Important that two cries be identical,
switching on and off strictly synchronized light and breath.
BREATH
Amplified recording.
MAXIMUM LIGHT
Not bright. If 0 = dark and 10 = bright, light should move from about
3 to 6 and back.
Podem assistir a uma interpretação alternativa, aqui:
segunda-feira, 10 de março de 2008
Luciano Berio - Keep going!
Este é o meu sexto post sobre músicos contemporâneos (no âmbito da música como forma artística). É dedicado ao compositor italiano Luciano Berio (1925-2003). Foi um dos músicos que mais marcou a minha adolescência e que ainda hoje escuto com prazer (não posso dizer o mesmo de uma tia minha que ficava literalmente com os cabelos em pé quando escutava canções dele, interpretadas pela mezzo-soprano, Cathy Berberian). A obra mais relevante deste músico é inegavelmente a Sinfonia para 8 vozes e orquestra, interpretada, pela primeira vez, no dia 10 de Outubro de 1968. A Sinfonia de Berio é uma celebração da música contemporânea, podendo parecer, numa primeira análise, um pastiche e uma colagem de várias referências musicais. Mas estranhamente esta obra tem uma unidade muito própria e um estilo inconfundível. Julgo que é marcante a presença de Mahler e da Sinfonia nº2 (Ressurreição). Nesta obra de Berio podemos igualmente escutar passagens do Cru e Cozido de Lévi-Strauss e de textos literários de Samuel Beckett (L'innommable). Deixo-vos aqui duas passagens da Sinfonia interpretadas por Sir Simon Rattle, assim como uma lista provisória dos trechos musicais presentes nesta obra:
Schoenberg - Cinco Peças para Orquestra
Mahler - Sinfonia da Ressurreição (citação musical que é reiterada continuamente)
Berlioz - Sinfonia Fantástica
Ravel - La Valse
Stravinsky - A Sagração da Primavera
Stravinsky - Agon
Richard Strauss - O Cavaleiro da Rosa (valsa)
Bach - música coral
Alban Berg - Wozzeck
Beethoven - Sinfonia Pastoral
Debussy - La Mer
Boulez- Pli Selon Pli
Karlheinz Stockhausen -Gruppen
Se tiver dificuldades em ver ou ouvir, clique AQUI.
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Keep going...
domingo, 9 de março de 2008
Diante da Lei
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Fotografia de nat_olly na Austrália.
«Diante da Lei está um porteiro. Um homem do campo acerca-se dele e pede-lhe que o deixe entrar na Lei. Mas o porteiro diz-lhe que agora não o pode deixar entrar. O homem reflecte e pergunta se poderá, então, entrar mais tarde. 'É possível', diz o porteiro, 'mas agora não'. Como o portão da Lei se encontra, como sempre, aberto e o porteiro se afasta para o lado, o homem inclina-se e olha para dentro através do portão. Assim que o porteiro repara nisso, ri-se e diz-lhe: 'Se te atrai assim tanto, experimenta então entrar, apesar da minha proibição. Mas repara: eu sou forte. E sou apenas o porteiro mais ínfimo. De sala para sala há, porém, outros porteiros, cada um deles mais forte do que o outro. Até eu próprio já não consigo suportar o aspecto do terceiro porteiro'. (...) O porteiro dá-lhe um banco e permite que ele se sente ao lado da porta. Fica ali sentado durante dias e anos. Faz muitas tentativas para ser admitido e cansa o porteiro com os seus pedidos. (...) Nos primeiros anos, amaldiçoa indelicadamente em voz alta o acaso infeliz e a falta de consideração, e mais tarde, à medida que envelhece, apenas resmunga. (...) Por fim, a sua vista enfraquece e já não sabe se escurece realmente ou se são apenas os seus olhos que o enganam. Agora, porém, reconhece na escuridão um brilho que, inextinguível, irrompe através das portas da Lei. Mas ele já não viverá muito mais. Antes de morrer, todas as suas experiências durante aquele tempo convergem para uma pergunta que até agora ainda não tinha colocado ao porteiro. Faz-lhe um sinal para que se aproxime, pois o seu corpo entorpecido já não consegue endireitar-se mais. O porteiro tem de curvar-se profundamente, pois a diferença de estatura alterara-se bastante em desfavor do homem. 'Que mais queres ainda saber?' pergunta o porteiro, 'és insaciável'. 'Todos se esforçam por alcançar a Lei' diz o homem 'então, como é possível que, durante estes anos todos, ninguém, a não ser eu, pedisse para entrar?' O porteiro reconhece que ele já está próximo do seu fim e (...) berra-lhe: "Aqui mais ninguém poderia ser admitido, pois esta entrada era apenas destinada a ti. Agora vou-me embora e fecho-a."
Kafka, "Diante da Lei" - conto retomado no Processo.
António Barreto: a farsa da avaliação de professores
Mais palavras sábias sobre a avaliação de professores, hoje no Público:
Na impossibilidade humana de "gerir" milhares de escolas e centenas de milhares de professores, os esclarecidos especialistas construíram uma teoria "científica" e um método "objectivo" com a finalidade de medir desempenhos e apurar a qualidade dos profissionais. Daí os patéticos esquemas, gráficos e grelhas com os quais se pretende humilhar, controlar, medir, poupar recursos, ocupar os professores e tornar a vida de toda a gente num inferno. O que na verdade se passa é que este sistema implica a abdicação de princípios fundamentais, como sejam os da autoridade da direcção, a responsabilidade do director e dos dirigentes e a autonomia da escola. O sistema de avaliação é a dissolução da autoridade e da hierarquia, assim como um obstáculo ao trabalho em equipa e ao diálogo entre profissionais. É um programa de desumanização da escola e da profissão docente. Este sistema burocrático é incapaz de avaliar a qualidade das pessoas e de perceber o que os professores realmente fazem. É uma cortina de fumo atrás da qual se escondem burocratas e covardes, incapazes de criticar e elogiar cara a cara um profissional. Este sistema, copiado de outros países e recriado nas alfurjas do ministério, é mais um sinal de crise da educação.
"Enstase"
Clique na imagem para aumentar as suas dimensões.
Fotografia de Ian Walker.
"Enstase" é um termo cunhado por Mircea Eliade para designar um dos momentos capitais do yoga: o samâdhi. Com este neologismo, Eliade quis sublinhar a diferença conceptual desse estado em relação ao êxtase. Enquanto este último supõe uma saída do sujeito para fora de si mesmo, pelo contrário, o "enstase" dá conta desse poder, obtido pelo yoga, em destrinçar o sentimento de si de todos os outros estados mentais, por mais subtis e interessantes que nos pareçam. Deste modo, realiza o movimento inverso ao êxtase e traduz a experiência da percepção pura de si. Esta ideia foi formulada pela escola indiana do Sankhya (literalmente, "discriminação") - uma das escolas de filosofia mais antigas da Índia, escola que teve uma influência enorme na constituição do Budismo -, tendo sido retomada nos primeiros séculos d.C. por Patañjali, um filósofo indiano que determinou os princípios especulativos do yoga (no Yoga Sutra). Como toda a especulação indiana, a obtenção do "enstase" visa um propósito soteriológico: a libertação do sofrimento tanto físico como mental. Nós já não somos a dor que nos domina; a dor está em nós, como qualquer outro estado mental.
sábado, 8 de março de 2008
"Porquê tanto ódio?"
"A avaliação dos professores deve ser feita, mas os parâmetros impossíveis impostos pelo ministério, as aberrações nas exigências da assiduidade dos docentes, a quase impossibilidade de obter a nota máxima, as dificuldades extremas em subir na carreira, o estatuto dos avaliadores incompetentes na matéria avaliada, etc. - estão a empurrar os professores para o abandono da profissão e para a reforma antecipada. A Educação sofre um massacre que provoca a fuga dos professores: não é isto um dos objectivos da «contenção», a redução do número dos docentes e dos custos da educação? A racionalidade necessária da avaliação esconde a outra racionalidade imposta pelo défice.
Nisto tudo, uma questão me intriga: porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor?"
José Gil
sexta-feira, 7 de março de 2008
India, Shame on You!
Indian authorities to poison 100K stray dogs
Authorities in Indian Kashmir have begun poisoning stray dogs in an anti-rabies drive that aims to kill some 100,000 dogs in the region’s main city, officials said Thursday.
quinta-feira, 6 de março de 2008
O Abraço
quarta-feira, 5 de março de 2008
Tibet, Tibet
Clique AQUI (não na fotografia) para ver o final do recente concerto de Björk em Xangai, onde a cantora islandesa gritou: "Tibet, Tibet" ao entoar a sua canção "Declare independence".
O Grito
I was walking along a path with two friends
the sun was setting
I felt a breath of melancholy
Suddenly the sky turned blood-red
I stopped and leant against the railing,
deathly tired
looking out across flaming clouds that hung
like - blood and a sword over the
deep blue fjord and town
My friends walked on -
I stood there trembling with anxiety
And I felt a great, infinite scream pass
through nature.
Beleza pura
Se tiver dificuldades em ver ou ouvir, clique AQUI.
Este é o meu tema preferido do Quatuor de la Fin du Temps (Quartet for the End of Time) de Olivier Messiaen. Tema nº8, intitulado "Louange à l'immortalité de Jésus" (Praise of Jesus's immortality). Ao violino, encontram a célebre intérprete coreana Kyung-Wha Chung. Os acordes finais deste tema - que são igualmente o final da obra - ainda hoje me "arrepiam" pela beleza e profundidade obtidas.
Quatuor pour la Fin du Temps
Quatuor pour la Fin du Temps (excerto) / Liturgie de cristal
LubenYordanoff - Violino
Albert Tetard - Violoncelo
Claude Desurmont - Clarinete
Daniel Barenboim - Piano
terça-feira, 4 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
Bourne Ultimatum
Clique na imagem para aumentar as suas dimensões. Fotografia da Outnow.
Se tiver dificuldades em ver o vídeo, clique AQUI.
Em relação ao cinema - como, aliás, sobre muita coisa nesta vida - ouvimos a sentença que não admite discussão: "não gosto de filmes de terror"; "não gosto de filmes sobre guerras", "não gosto de filmes históricos"; "não gosto de filmes sem acção", etc., etc.... na maioria dos casos, estas declarações solenes só se aguentam até se ver um filme perfeito no género. Se não gostar de filmes de acção, experimente ver a série em torno do agente secreto Jason Bourne (Matt Damon). O meu filme preferido desta trilogia até é o primeiro (Bourne Identity), mas este último (Bourne Ultimatum) deixou a crítica e os espectadores encantados. Ganhou agora alguns óscares, se não estou em erro na montagem e no som. Run Rabbit, Run...
21 sotaques de inglês em 2 minutos e meio
"Veja abaixo um excelente video-demonstração de 21 sotaques diferentes do inglês. Em dois minutos e meio, Amy Walker lhe apresenta vários sotaques: britânicos (cockney, "inglês da BBC", irlandês, escocês), americanos (Texas, Califórnia, Seattle, Nova York, Carolina do Sul), australiano (Sidney), neozelandês, além dos estrangeiros (italiano, alemão, russo, tcheco). Na minha opinião, os melhores são os impagáveis sotaques do Brooklyn (Nova York) e Mid-Atlantic English (aquele inglês forçado que a gente ouve em filmes dos anos 30-50, sobre o qual eu falei aqui tempos atrás). Confira:
(Se você não conseguir ver o video acima, clique aqui)
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domingo, 2 de março de 2008
A Evolução do Alfabeto
"Bom, a dica de hoje é a evolução do alfabeto. O alfabeto tem origem com os fenícios e passou por muitas transformações na forma gráfica até a forma como nós o conhecemos. Isso não significa que esse processo de evolução tenha terminado. Veja de forma gráfica como se produziu esse fenômeno no animação abaixo. Muito interessante:
Para ver a animação completa entre aqui
Fonte: Este material é parte do curso “History of the Alphabets” ditado pelo Prof. Robert Fradkin da Universidade de Maryland."