sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Turner/2

Esta história sobre Turner é contada pelo grande filósofo castelhano Eugenio Trías na obra "Lo Bello y lo Siniestro". No princípio do século XIX, em plena era romântica em Inglaterra, uma distinta senhora de meia-idade viajava numa carruagem pelos campos, estando sentado à sua frente um exótico cavalheiro. O tempo não estava famoso e subitamente ocorreu uma tempestade temível, com trovões e relâmpagos. Claro que reflexo natural da senhora foi fechar bem a janela, mas, para sua grande surpresa dela, o homem sentado à sua frente, pede desculpa, abre a janela e, com meio-corpo fora, deixa-se ficar estático durante uma hora observando a tempestade. Para aquela senhora, ele só poderia ser um louco. Ao fim dessa hora, o homem voltou a sentar-se e a senhora meio irritada, meio curiosa, perguntou-lhe a razão de tão estranho comportamento. E ele respondeu “vi coisas maravilhosas e que nunca foram vistas”.Como era muito curiosa, a senhora resolveu espreitar e ele disse-lhe para ela tentar manter os olhos muito abertos. Muitos anos mais tarde, ela foi uma exposição de um pintor célebre, mas polémico chamado Turner. A maioria das pessoas comentava com desdém as pinturas, dizendo que só um louco poderia pintar assim. Movida por curiosidade, aquela senhora pôs-se a contemplar um quadro dele e subitamente recordou-se daquela estranha viagem. E para grande surpresa do público, começou a gritar aos altos berros: “Eu vi tudo isto com os meus olhos”.

Sem comentários: