quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Arte & Filosofia


Clique na imagem para aumentar as suas dimensões. Cena da peça de Samuel Beckett, En attendant Godot

A separação da arte em relação à técnica derivou de um aprofundamento reflexivo sobre a possibilidade de um juízo de gosto universal. A partir do momento em que a filosofia se interrogou sobre a existência de um critério que desse validade aos nossos juízos de gosto, o decisivo passou a ser a relação do sujeito com a obra de arte enquanto tal e não tanto a sua pretensa utilidade (espiritual ou material, pouco importa). O objecto artístico tornou-se acima de tudo uma experiência de natureza estética. No entanto, a autonomia da arte, assim obtida, foi sempre sentida como precária, exigindo uma atenção constante por parte do mundo da arte em preservar o valor da arte como fim em si mesmo (e não como meio ou instrumento). De algum modo, pode-se dizer que, a partir deste momento, todo o artista se tornou de algum modo um filósofo. É esta a razão do carácter indissociável entre a arte e a filosofia. O acto de reflexão filosófica tornou-se constitutivo de toda a experiência criadora que se quisesse artística a um ponto tal que a arte pura implicará sempre uma reflexão sobre a sua própria natureza.

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