terça-feira, 4 de julho de 2006

Open Water


Quando vi este filme de 2003, as dúvidas eram muitas no iníco. Mais um thriller com tubarões assassinos e pouco mais...Só que felizmente é um filme bem diferente. Não é uma obra-prima, mas é um filme que não nos deixa indiferentes. Trata-se de uma história baseada em factos reais. Susan e Daniel têm uma vida profissional bem agitada e decidem passar férias numa dessas ilha encantadoras. Como desporto, gostam de mergulhar e, assim, logo nos primeiros dias de férias, vão, com outros turistas, fazer uma pequena exploração marítima a uns vinte quilómetros da costa. Só que o barco regressa, por acaso, sem eles, e subitamente vêem-se sós, perdidos no mar. O filme começa a ser interessante a partir daqui, porque realmente nada mais se passa...São arrastados pelas correntes, barcos e avionetas passam ao longe sem se aperceberem dos seus gestos e gritos. A sede começa a apertar, mas, como no mito de Tântalo, sabem que não podem beber a água do mar. Não vou contar o desenlace da história, mas garanto-vos que é um filme inesquecível! O género cinematográfico não é novo: basta pensar no Project Blair Witch ou no Touching the Void! Mas foi sem dúvida um dos filmes-documentários mais tristes que vi na vida porque retrata, de uma forma singela, a nossa solidão e fragilidade num mundo pouco preocupado com a existência de cada um de nós. E é também, numa certa medida, um "estudo de um caso": vinte e quatro horas na vida de duas pessoas que se amam perdidas num oceano sem fim.

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