segunda-feira, 13 de dezembro de 2004

Relembrando Kandinsky

"O azul à medida que ganha profundidade, acalma e torna-se apaziguador. Quando desliza para o preto, tinge-se de uma tristeza que excede o humano, semelhante a certos estados graves que não têm nem podem ter fim. Quando atinge uma claridade, que também não lhe convém, torna-se longínquo e indiferente como o céu alto e claro. Quanto mais claro, menos sonoro, até se converter numa quietude silenciosa e branca: se quisermos representar musicalmente os diferentes azuis, poderemos dizer que o azul-claro se assemelha a uma flauta, o azul-escuro ao violoncelo e o ainda mais escuro evoca a sonoridade suave do contrabaixo. Na sua aparência mais solene, pode ser comparado aos sons mais graves do órgão."
Kandinsky, Do espiritual na arte

2 comentários:

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

eu adoro o wassily kandinsky. não sei se mais a pintura (mais nos primeiros anos em que o figurativo ainda está presente/menos o que ele tanto batalhou, o período abstracto) ou a sua teoria da cores e as quatro sonoridades. É pura poesia.

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...
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