domingo, 7 de novembro de 2004
A Sorte do Azar
No filme Intacto (2001), realizado pelo espanhol Juan Carlos Fresnadillo, é feita a seguinte reflexão estatística cujo rigor científico não me foi possível conferir. Segundo um personagem, a probabilidade da nossa viagem de avião terminar mal é uma num milhão. Mas, segundo um raciocínio do mesmo personagem, a meu ver um pouco dúbio, a hipótese de sobrivermos a uma queda, por exemplo de um jumbo com uns 200 passageiros, é de uma em duzentos milhões. Algo me diz que não bastaria corrermos com os nossos 199 companheiros de viagem para ficarmos mais tranquilos... Deixemos, para já, essas minudências e imaginemos que a estatística se refere ao número de lugares do aparelho e não tanto aos passageiros! Para já, uma reflexão óbvia sobre aquilo a que chamamos sorte: esta última só se mede pela nossa capacidade de transcender o azar. Logo, um "sortudo" não é mais do que um azarento que se "safou". Só por um grande azar é que o seu avião cairá, mas só com enorme sorte é que sobreviverá se tiver o enorme azar de cair. Mas, voltando aos aviões, não fique inquieto... afinal, tem uma média de 25.000 dias de vida e morrerá apenas num deles :-) Compare isso com o número de viagens de avião que pode fazer, se tiver tempo, paciência e dinheiro! Aliás, se tiver estas três condições, pergunto-me se não poderia empregá-las em algo melhor. Por exemplo, comprar um asa-delta e lançar-se de um penhasco...
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