domingo, 19 de junho de 2005

Diáfano

Quando Joyce escreve, "Estou aqui para ler as assinaturas de todas as coisas, ovas e sargaços, a maré que se aproxima, essa bota corroída", está provavelmente a pensar nas suas leituras do teósofo alemão Jakob Boehme. Também este falava de uma miríade de assinaturas no visível de uma realidade invisível. Mas rapidamente regressa a Aristóteles quando fala "nos corpos." "sinais coloridos. Limites do diáfano. Mas acrescenta: nos corpos. Então é porque tinha consciência deles, corpos, antes deles, coloridos. Como? Batendo com a cachimónia contra eles, é claro." Sobre o diáfano ou transparência em Aristóteles, diz-nos David Ross: "a transparência é agora tratada como estando, em maior ou menor grau, em todos os corpos quaisquer que estes sejam, e a cor é descrita como constituindo o limite do transparente nos corpos (isto é, no sentido em que o transparente está aprisionado nos corpos opacos), enquanto a luz constitui a actualidade do transparente na sua condição não limitada, isto é, tal como existe nos meios transparentes, como acontece com o ar e a água."

1 comentário:

Horácio disse...

gostei muito Bhixma

Horácio