via De Rerum Natura de Desidério Murcho em 17/02/08
"Na sequência do vídeo aqui divulgado sobre a escala cósmica, a Bárbara Ferreira, amiga e leitora atenta, enviou-me fundamentalmente a mesma informação, mas em imagens estáticas. Num certo sentido, até é mais impressionante:
Para quem não sabe inglês, "Earth" é a nossa querida Terra, aqui bem destacada relativamente a outros planetas do sistema solar (Plutão deixou entretanto de ser classificado como planeta). Agora veja-se a dimensão relativa da Terra, comparando com outros planetas do nosso sistema solar:
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Agora a nossa querida Terra é um mero berlinde. Mas o maior dos planetas do nosso sistema solar, Júpiter, parece um berlinde ao pé do nosso Sol, e a Terra fica com a dimensão de um pequeno ponto:
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O Sol pode parecer gigantesco, mas ao pé de outros sóis, de outras estrelas, é apenas um candelabro de província:
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Mas até a estrela imensa que põe o nosso Sol a um canto é posta a um canto por outras estrelas:
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Um leitor ficou inquieto com a razão de ser desta minha chamada de atenção para a nossa dimensão. Mas não é preciso outra justificação além desta: é verdade.
Outra questão é saber que tipo de consequências se podem tirar daqui. Uma consequência que não se pode tirar daqui, como Thomas Nagel argumentou definitivamente em 1971 no artigo "O Absurdo", é a ideia de que a nossa vida perde importância ou sentido por causa disso. Isto porque se a nossa vida não faz sentido à dimensão que temos, não se entende por que razão faria mais sentido se fôssemos tão grandes que ao esticar os pés batêssemos nas fronteiras do universo.
Contudo, o mais importante desta escala é, repito, uma coisa simples: é verdade. Nenhuma mundividência, nenhuma perspectiva sobre a vida humana, a felicidade e o futuro, sobre o sentido e realização espiritual pode estar certa se não tiver em conta esta verdade simples. E quem me deu a noção desta verdade simples foi um homem que já morreu. Chamava-se Carl Sagan e devo-lhe o universo." Desidério Murcho
3 comentários:
Adorei este post.
Super interessante.
Beijos
Eu gostei muito do post. Mas isso do "é verdade" é estranho. É verdade porque vimos de um telescópio, porque calculamos com fórmulas? É por isso que é verdade? Eu ainda não sei.
A verdade pode-nos impressionar, atemorizar, deslumbrar, etc., mas ela deve ser a justificação de todos os nossos actos. É essa a razão que levava Gandhi a afirmar que o sentido da palavra "Deus" é apenas um: a verdade. Os telescópios e as fórmulas matemáticas são instrumentos maravilhosos, criados pelo ser humano, na busca da verdade deste mundo.
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