sábado, 18 de setembro de 2004

Tão limpo como um cristal, tão puro como uma oração

Estreou-se no passado mês de Julho, durante a trienal do Ruhr (numa antiga fábrica desta zona industrial da Alemanha), a última produção de Peter Brook, "Tierno Bokar". Baseia-se nas memórias do escritor africano Amadou Hampâté Bâ sobre um mestre sufi, cujo nome dá o título à peça e cuja vida "era tão limpa como um cristal, tão pura como uma oração". Mais do que uma meditação sobre a mística sufi, a obra de Brook (com a colaboração da escritora Marie-Hélène Estienne) é uma reflexão sobre os valores da tolerância num mundo crispado pela violência. Segundo Brook, - e nesta frase resume o seu sentido de encenação teatral -, "o teatro deve estar próximo de nós de forma que nos fale e simultaneamente deve ser inesperado de modo a alimentar a nossa imaginação". Esta obra de Brook, projectada em vídeo, foi já apresentada em Barcelona, em Lille e será apresentada em Paris durante o mês de Outubro (Teatro Bouffes du Nord).

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