Hoje tive um "mau" dia que apenas foi salvo pela oferta de uma imagem do Buda, trazida directamente de Hong Kong por uma querida aluna... e, já agora, pela leitura de uma história tradicional judaica narrada pelo excelente blog Rua da Judiaria (o Nuno Guerreiro que me desculpe de estar sempre a citá-lo...):
Dois estudantes do Maggid de Mezheritz foram ter com o mestre: “Rabi, temos um problema. Está escrito no Talmude que devemos agradecer tanto pelos dias bons como pelos maus. Como pode ser isto possível? Que significado terá a nossa gratidão se ela for igualmente repartida entre o bom e o mau?”
Ao ouvir a interrogação dos seus discípulos, o Maggid respondeu: “Vão até Anapol e procurem o rabino Zusya. Ele terá a resposta que procuram.”
Os estudantes puseram-se a caminho e depois de dois dias de viagem chegaram finalmente a Anapol. Na mais pobre rua da vila, entre duas pequenas casas, encontraram uma modesta cabana praticamente em ruínas. Lá dentro, o rabino Zusya estava sentado à mesa, a ler um livro iluminado por uma nesga de luz que vinha da única janela da casa. À sua volta não havia praticamente nada além da mesa, três cadeiras e uma estante carregada de livros. Ao ver que tinha visitas, o velho rabino ergueu os olhos: “Sejam bem-vindos! Desculpem eu não me levantar, mas tenho umas dores terríveis nas pernas. Querem comer alguma coisa? Só tenho algum pão… mas também há água…”
“Não. Viemos somente para lhe fazer uma pergunta. O Maggid de Mezheritz disse-nos que o rabi Zusya nos poderia explicar porque razão o Talmude diz que devemos agradecer tanto os dias bons como os maus?”
O velho rabino sorriu e abanou a cabeça com ar intrigado: “Eu? Não faço a mínima ideia porque é que o Maggid de Mezheritz vos mandou vir ter comigo. É que eu nunca tive um dia mau na minha vida."
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