sábado, 14 de julho de 2007

Mito Maia/2



"Este é o relato de como tudo estava suspenso, calmo e em silêncio; tudo imóvel, parado e toda a extensão do céu estava vazia.
Este é o primeiro relato, a primeira narrativa. Não havia homens, animais, aves, peixes, caranguejos, árvores, pedras, grutas, ravinas, ervas nem florestas. A superfície da terra ainda não tinha aparecido. Havia apenas o mar calmo e a grande extensão do céu. Nada estava unido, nada fazia ruído, nada se movia ou tremia ou podia fazer barulho no céu. Nada estava de pé. Apenas as águas calmas, o mar plácido, sozinho e tranquilo. Nada existia. Havia apenas imobilidade e silêncio na escuridão, na noite. Apenas o Criador, juntamente com os Antepassados, estava na água rodeada de luz. Estavam escondidos sob plumas verdes e azuis, sendo, por isso, chamados de Gucumatz. Eram, por natureza, grandes sábios e grandes pensadores. O céu existia desta maneira e também o Coração do Céu, que é o nome de Deus, sendo assim que é chamado. Depois, surgiu o Verbo."

3 comentários:

Marta Rema disse...

o prometido é devido! fabuloso... "Nada estava unido»!

Berta Cem Mil disse...

e quando surgiu o verbo, todas as coisas passaram a ser dotadas de nome e em breve as palavras inundaram tudo... muito, muito antes do dilúvio.
e então o mundo passou a caber dentro do coração dos homens e a misturar-se com sentimentos, os maus, os bons, os médios...
e houve quem tivesse a ilusão de poder dominar a natureza. um engano, claro. porque nada é mais traiçoeiro do que o verbo...

Urban Cat disse...

Gostei do que li…
Adorei as imagens.
Beijos :)