sábado, 9 de outubro de 2004

Cold Mountain

Ontem, quando acabei de ver Cold Mountain, dei-me conta que, sem querer, assisti, nestes últimos anos, a um número razoável de filmes de Anthony Minghella: Heaven, Iris, Ripley, Quiet American, English Patient... Cold Mountain é um dos seus projectos mais ambiciosos que certamente visava repetir mais um sucesso deste realizador na noite de todos os Óscares. O filme falha, não só neste seu projecto mercenário, mas, também, em termos artísticos, sendo, no entanto, difícil apontar a razão. Uma hipótese talvez esteja no facto do realizador querer jogar em dois tabuleiros diferentes: por um lado, um filme intimista, no qual o centro deveria ser - mas nunca é...- a vida interior das duas personagens principais (Inman e Ada); por outro, um filme realista que intenta retratar os últimos anos da guerra civil americana. Para lá da relação óbvia com a Odisseia de Homero, achei curiosa a repetição de um dos símbolos mais fortes da cultura celta: o poço cujas águas propiciam a suprema visão do futuro.

Sem comentários: