sábado, 30 de outubro de 2004

O Presente e a Revisitação do Passado

Quando observamos com atenção a situação da música na segunda década do século XX, apercebemo-nos que a nossa mania perigosa de catalogar o mundo dissolve a riqueza do momento presente. Na era dos Ballets Russes de Diaghilev, fundados oficialmente em 1909, compositores como Stravinsky, Ravel, Tchaikovsky (falecido em 1893), Eric Satie, Debussy, Prokofiev, Rimsky-Korsakov (falecido em 1908), Mussorgsky (falecido em 1881), Glinka (falecido em 1857), Richard Strauss, entre tantos outros, eram parte viva daquela era prodigiosa. As distinções entre modernos e românticos não faziam sentido nenhum. Mesmo compositores como Rachmaninov faziam furor em França e a obra Rapsódia sobre um tema de Paganini foi escrita nos anos 30. Hoje sabe-se a enorme influência da Sagração da Primavera sobre Puccini. A sua última ópera romântica, Turandot, escrita nos anos 20, é uma estranha conjugação de duas influência poderosas, distintas, mas nunca confessadas: Wagner e Stravinsky. Felizmente tenho um blog para dizer estas coisas, pois se fosse em público iria directamente para a fogueira da crítica histórica que adora encontrar paradigmas e antinomias.

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