quarta-feira, 28 de julho de 2004

A Beleza e o Sublime

O filme do realizador chinês Zhang Yimou, Ying Xiong (Herói, 2002), levanta, a meu ver, questões cruciais no domínio da actual crítica estética. Por um lado, ninguém nega a beleza das imagens, a um ponto tal que vários críticos usam constantemente a palavra "sufocação"... a "beleza que nos sufoca" tornou-se um lugar comum para caracterizar este filme. Por sua vez, não estamos apenas em face de uma mera sucessão de efeitos especiais. Mesmo em termos narrativos, encontramos boas ideias e alguma reflexão filosófica. Se, em termos musicais, Tan Dun repete o mesmo modelo do Tigre e do Dragão, o resultado global é muito positivo. Ele utiliza os sons como se fossem palavras, o que acentua a importância da "palavra" na construção fílmica. Os actores, por seu lado, estão impecáveis...o resultado global deveria ser excepcional! No entanto, a meu ver, estamos em face de um "belo filme" que ficará sempre na nossa imaginação, sem ser, no entanto,  um filme sublime. Por que razão?

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