A actriz americana Louise Brooks (1906-1985) é um dos maiores símbolos da história do cinema. Alcançou um êxito fulminante no filme alemão de G.W. Pabst,"Die Büchse der Pandora"/"A Caixa de Pandora" de 1928, no papel de Lulu. Baseado numa peça do escritor expressionista alemão, Frank Wedekind, este filme consagra-a como uma das actrizes mais sedutoras do cinema mudo. A "Caixa de Pandora" aborda o eterno problema da "femme fatale", mas confere-lhe uma explícita dimensão sexual, razão pela qual a peça original esteve proibida na Alemanha. Foi representada em Viena em 1905 por Karl Kraus, onde Wedekind irá fazer o estranho papel de Jack the Ripper. Quando o cinema ganhou som, Louise Brooks apagou-se. Ainda não percebi muito bem a razão, pois não consta que sofresse de rouquidão...Talvez a leitura de "Lulu em Hollywood", o seu livro autobiográfico, me esclareça! Entretanto, cruzam-se duas recordações: a primeira, prende-se com a ópera de Alban Berg, "Lulu", ainda recentemente apresentada no canal Mezzo; a segunda, a referência constante de Hugo Pratt a Louise Brooks, seja explicitamente, seja através da mediação de uma polaca, Louise Brookszowyc, que Corto certamente ama. Quando Henri Langlois produz em Paris (1955) uma retrospectiva da história do cinema no Musée National d'Art Moderne, não hesita em dizer: "Il n'y a pas de Garbo ! Il n'y a pas de Dietrich ! Il n'y a que Louise Brooks !"
Sem comentários:
Enviar um comentário