terça-feira, 13 de julho de 2004

A Beleza numa Montanha

Em 13 de Julho de 1951 morre o vienense Arnold Schoenberg (ou Schönberg, literalmente, "belo monte"), considerado por muitos como o compositor mais relevante da música do último século. Ele é inegavelmente o nome mais significativo da segunda escola musical vienenese e é-lhe atribuída a paternidade da técnica musical dodecafónica. Em termos muito simples, o dodecafonismo é um método de composição no qual as doze notas da escala cromática (as 12 notas incluídas numa oitava) são ordenadas pelo compositor, com a ressalva que nenhuma nota pode ser tocada enquanto as outras onze não forem ouvidas. O método autoriza várias operações suplementares como seja, por exemplo, a transposição (aumento ou diminuição de um semitom). Schoenberg utiliza igualmente no "Pierrot Lunaire" (1912) o "Sprechstimme" (voz falante), em que a vocalização está a meio caminho da fala e do canto. Quis o destino que as suas obras mais famosas ("Verklärte Nacht" e "Gurrelieder") sejam as da juventude, quando a sua música ainda era dominada pela sonoridade de Wagner e de Mahler. São obras de uma beleza espantosa, marcos ímpares do expressionismo musical. Schoenberg foi também um grande pintor, embora não tão genial como músico. Segundo os nazis, a sua música era "bolchevique"...não sei muito bem o que é que eles queriam dizer com isso, mas, na altura, deveria ser o insulto que estava mais à mão.

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