Marie L. e a solidão

O caso citado pelo blog Bolas de Berlim sobre Marie L., a francesa "judia" "assaltada" no metro parisiense por um "bando de árabes", é trágico a todos os títulos. Em primeiro lugar, pelo argumento aduzido para tão estranha invenção: solidão. Se a razão for verdadeira, parece que tudo vale desde que garanta a saída do anomimato a todos aqueles que não têm um lugar assegurado nos media. Por outro lado, é sintomático do medo colectivo que se está a instalar nas principais capitais europeias derivado do choque cultural entre grupos populacionais que se revêem em valores radicalmente diferentes. O rastilho de um conflito violento entre comunidades foi aceso e a explosão esteve por um fio. Por razões menores, já eclodiram muitas guerras. Finalmente, é trágico porque potenciou em França o surgimento a curto prazo de um evento real que, até agora, apenas existia no medo e no imaginário colectivos.