quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

A "Ópera" de Tarkovsky


Imagem da versão de Tarkovsky do Boris Godunov no Covent Garden. Existem dois traços da formação do realizador russo que lhe são essenciais: 1º educação musical que lhe permitirá ver o cinema como "variações sobre o tempo"; 2º "orientalismo" como vocação. Não só estudou línguas orientais, como vivia hipnotizado pela cultura japonesa tradicional. Aliás, esquecemo-nos muitas vezes que os russos, tal como os ingleses, os franceses, os suíços, os portugueses, os italianos e os alemães, cultivaram, como traço de identidade, o estudo da cultura dita oriental. Apesar de Tarkovsky ter plena consciência - como é evidente no Espelho (Zerkalo) - que o destino da Rússia era o de ser "a" fronteira/barreira cristã das tendências expansionistas dos povos asiáticos, expressou no seu cinema dimensões que só são inteligíveis à luz de uma sensibilidade que pouco tem a ver com a cultura europeia tradicional, mesmo aquela que é de matriz russa. Posted by Hello

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