quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

As Artes do Tempo


O blog Extensa Madrugadas, Mãos Vazias lembra-nos a homenagem de Claudio Abbado a Tarkovsky, na qual participaram músicos como Kurtág, Furrer, Rihm e Luigi Nono - que apresenta uma das suas últimas composições musicais (No hay caminos, hay que caminar, Andrej Tarkovsky) antes de falecer em 1990; o título está em espanhol, pois o compositor italiano, numa viagem a Toledo, encontrou escrita esta frase, baseada talvez num poema de Antonio Machado, nas paredes de um mosteiro.
Após o exílio de Tarkovsky em Itália, Abbado trabalhou com o realizador russo, em particular na exibição da ópera de Mussorgsky, Boris Godunov, no Covent Garden em Londres. Uma última nota: Tarkovsky definia o cinema como a arte de esculpir o tempo. Ora, é exactamente com essas palavras que Stravinsky define a arte musical. Também, não tenho a menor dúvida que Proust gostaria desta expressão para retratar o seu romance.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo interessante Blog.

http://georgecassiel.blogspot.com

r.e. disse...

Obrigado pela referência ao meu cantinho. não esperava e fiquei surpreendido com o teu gesto. também não tenho dúvidas de que Proust teria adoptado a expressão para si. talvez lhe tivesse faltado para isso capacidade de despojamento temporário de si. mais uma vez, obrigado pela divulgação deste cd, que é fabuloso (como qualquer dos anteriores volumes desta Wien Modern). Jorge